Produção industrial recua 2,4% em janeiro, diz pesquisa do IBGE

Na comparação com dezembro de 2021, 20 das 26 atividades industriais pesquisadas tiveram queda na produção

Da redação com Agência Brasil

Indústria apresentou queda em janeiro Divulgação CNI
Indústria apresentou queda em janeiro
Divulgação CNI

A produção industrial recuou 2,4% em janeiro de 2022 frente ao mês anterior. Com isso, grande parte da expansão de 2,9% de dezembro de 2021 foi eliminada. O resultado deixou o setor 3,5% abaixo do patamar de antes do início da pandemia de covid-19, em fevereiro de 2020, e 19,8% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Em relação janeiro de 2021, a queda foi de 7,2% no Brasil

Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada nesta quarta-feira, 9, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Verificamos que o mês de janeiro está bem caracterizado pela perda de dinamismo e de perfil disseminado de queda, uma vez que todas as grandes categorias econômicas mostram recuo na produção, tanto na comparação com o mês anterior quanto na comparação com janeiro de 2021”, disse, em nota, André Macedo, gerente da pesquisa.

Segundo o Macedo, a expansão verificada em dezembro de 2021 pode ter relação com a antecipação da produção, pois janeiro é um mês marcado por férias coletivas. Nesse sentido, o mês já teve oito taxas negativas. 

“Até no indicador acumulado dos últimos 12 meses, no qual a indústria permanece em crescimento, com expansão de 3,1%, os avanços perdem cada vez mais a intensidade. Em agosto de 2021, a taxa chegou a 7,2%. Em setembro, foi para 6,5%, 5,7% em outubro, 5% em novembro e 3,9% em dezembro”, afirmou o gerente da pesquisa.

Maioria das atividades em queda

Na comparação com dezembro de 2021, 20 das 26 atividades industriais pesquisadas tiveram queda na produção. Frente a janeiro de 2021, 18 registraram recuo.

“A indústria vem sendo afetada pela desarticulação das cadeias produtivas por conta da pandemia, tendo no encarecimento dos custos de produção e na dificuldade para obtenção de insumos e matéria-prima para a produção do bem final, características importantes desse processo. Além disso, os juros e a inflação em elevação, juntamente com um número ainda elevado de trabalhadores fora do mercado de trabalho, ajudam a explicar o comportamento negativo da indústria”, avaliou Macedo.

Segundo o IBGE, entre as atividades, as influências negativas mais importantes na passagem de dezembro de 2021 para janeiro de 2022 foram registradas por veículos automotores, reboques e carrocerias (-17,4%) e indústrias extrativas (-5,2%), após acumularem expansão de 18,2% e de 6% nos dois últimos meses de 2021, respectivamente. Frente a janeiro de 2021, essas atividades foram as que mais impactaram negativamente o índice geral, com queda de 23,5% na primeira e de 6,7% na segunda.

“O segmento de veículos automotores é um exemplo importante de desarticulação da cadeia produtiva, já que tem dificuldades na obtenção de insumos importantes para a produção do bem final. Já o setor extrativo, em janeiro de 2022 teve a extração do minério de ferro bastante afetada pelas chuvas em Minas Gerais”, disse o gerente da pesquisa.

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