O contraventor Adilson Oliveira Coutinho Filho, de 53 anos, conhecido como Adilsinho, foi alvo de operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro nesta terça-feira (9).
A ação cumpre mandados de buscas e apreensão ligados a 10 investigados por envolvimento na morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo.
O defensor foi morto a tiros no dia 26 de fevereiro, a poucos metros do escritório onde trabalhava e da sede da Ordem dos Advogados do Brasil.
As investigações apontam que o grupo que praticou o crime é chefiado por Adilsinho, apontado como um dos chefes da máfia de cigarros do Rio.
Ele também chegou a ser condenado a 3 anos de prisão, em 2009, por ligação com o jogo do bicho e caça-níqueis. A polícia ainda não esclareceu se o contraventor tem ligação direta com o assassinato do advogado.
Três suspeitos já foram presos pelo homicídio. O PM Leandro Machado da Silva teria coordenado a logística do assassinato, enquanto Eduardo Sobreira Moraes e Cézar Mondêgo de Souza teriam participado do monitoramento da rotina da vítima antes da execução. Moraes tinha cargo comissionado na Assembleia Legislativa do RJ (Alerj).
A Polícia Civil acredita que o trio tenha se encontrado pelo menos duas vezes no Batalhão da Polícia Militar em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde Leandro era lotado.
Jogo do bicho e máfia de cigarros
- Em investigações, Adilsinho é apontado como um dos principais responsáveis pelo comércio ilegal de cigarros no Rio de Janeiro, com atuação principalmente na Baixada Fluminense.
- A máfia é um negócio bilionário: só de sonegação de impostos, o mercado de tabaco falsificado deixou de pagar mais R$ 2 bilhões no Rio, de 2018 a 2023, de acordo com a Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec).
- Mais de 20 ocorrências entre mortes, tentativas de assassinato, desaparecimentos e sequestros foram registradas na capital e na Baixada desde 2022, segundo levantamento do início de abril do RJ2.
- O nome de Adilsinho e de pessoas ligadas a ele aparece nas investigações da maioria dos homicídios investigados.
- Além da máfia dos cigarros, a Polícia Civil aponta que ele é ligado ao jogo do bicho.
- Em 2009, foi alvo da Operação Furacão, que investigou a cúpula de bicheiros e envolvimento com máquinas caça-níquel.
- À época, chegou a ser condenado a 3 anos de prisão, mas teve a pena extinta.
- Durante a pandemia de coronavírus, em maio de 2021, chamou a atenção por fazer uma festa para 500 convidados no Copacabana Palace, com a participação de vários artistas, como Gusttavo Lima e Ludmilla.
- Em março deste ano, assumiu a presidência de honra da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro.