A advogada Amanda Partata Mortoza, de 31 anos, se definia nas redes sociais como psicóloga e terapeuta cognitivo comportamental.
No entanto, ela não tinha registro da profissão e foi denunciada duas vezes ao Conselho Regional de Psicologia de Goiás da 9ª Região (CRP-09).
As denúncias foram feitas no início do ano passado e, segundo o órgão, tramitam em sigilo. Durante audiência de custódia desta sexta-feira (22), ela disse que se preparava para montar uma clínica. Para atuar como psicólogo, é necessário ter registro ativo no conselho da região.
Além disso, Amanda também se apresentava como "advogada aposentada, leitora, viajante e mãe". Na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o cadastro da mulher aparece como regular.
Ela foi presa nesta quarta-feira (20) por ser a principal suspeita de matar, via envenenamento, seu ex-sogro e a mãe dele.
Leonardo Pereira Alves, de 58 anos e a mãe, Luzia Thereza Alves, de 86, morreram na última segunda-feira (18), em Goiânia (saiba mais no vídeo abaixo).
Segundo investigações da Polícia Civil de Goiás, a advogada teria premeditado o crime por se sentir rejeitada pelo ex-namorado, também Leonardo. O pai era conhecido como Leozão.
O que se sabe sobre o crime
- O relacionamento entre a suspeita e o ex-namorado teria durado cerca de dois meses, de acordo com a Polícia Civil.
- Ela, então, teria feito ameaças a ele e familares por perfis falsos no meio deste ano.
- O ex registrou um boletim de ocorrência, sem saber que as ameaças poderiam ter autoria de Amanda.
- A advogada, inclusive, teria chegado a anunciar uma gravidez falsa para tentar reatar o romance com o ex.
- Imagens de câmeras de segurança mostram a advogada nervosa em um empório, comprando os itens que teria levado ao ex-sogro e à mãe dele, na segunda-feira (18) de manhã.
- Ela, então, passou no hotel onde estava hospedada, onde teria colocado veneno no suco oferecido às vítimas, segundo as investigações.
- Seguiu para a casa onde estavam o ex-sogro, a mãe e o pai dele, onde ficou por 3h, também de acordo com a polícia.
- O pai do ex-sogro foi o único que não tomou o suco.
- No mesmo dia, a filha de Leonardo, Maria Paula Alves Pereira, publicou nas redes sociais uma despedida emocionada ao pai.
- Até então, a suspeita da família para a causa da morte era de intoxicação alimentar.
- Ela relatou que ele comeu um alimento comprado em um estabelecimento famoso, vomitou por horas, procurou atendimento, mas foi a óbito.
- "Entre o primeiro sintoma até seu último suspiro não teve nem 12 horas", escreveu
- O inquérito foi aberto na terça-feira (19).
- A advogada teve prisão temporária decretada pela Justiça de Goiás, após as investigações apontarem que as vítimas morreram por envenenamento.
- O delegado Carlos Alfama, responsável pelo caso, afirma que ela simulou passar mal para evitar possibilidade de ser apontada como autora das mortes.
“Ela só foi procurar o hospital por volta da meia-noite, quando Leonardo já tinha morrido”, afirma.