Relatório pede cassação de Arthur do Val

Parecer do relator, Delegado Olim (PP-SP), foi protocolado nesta quinta-feira (7)

Da Redação, com Maju Arruda Leite

O relatório da processo contra o deputado estadual Arthur do Val (União Brasil-SP) pede a cassação do mandato do parlamentar. O relator, deputado estadual Delegado Olim (PP-SP), protocolou o documento nesta quinta-feira (7) à tarde no Conselho de Ética da Alesp (Assembleia de São Paulo). 

Do Val, conhecido como Mamãe Falei, tornou-se alvo de ação na Casa após vazamento de áudios sexistas sobre mulheres ucranianas, quando em viagem à Ucrânia ele disse que elas eram “fáceis, porque são pobres”. 

O relatório será lido e analisado pelos outros oito membros do conselho na próxima terça-feira (12).

O resultado da votação do parecer será encaminhado ao Plenário da Casa, que poderá rever ou não a decisão do Conselho de Ética. As punições previstas são advertência censura verbal ou escrita, perda temporária do mandato ou perda de mandato.

Nesta semana, testemunhas começaram a ser ouvidas no Conselho de Ética. 

O caso

Arthur do Val foi à Ucrânia em meio à guerra no país e chegou a postar uma foto nas redes sociais onde estaria ajudando a produzir coquetéis molotov para combater os russos.

Ao deixar o país, na fronteira com a Eslováquia, o deputado enviou um áudio a amigos, elogiando a beleza das refugiadas ucranianas. Em seguida, afirmou que pretende voltar ao Leste Europeu e disse que as mulheres lá são “fáceis” por serem pobres.

“Assim que essa guerra passar eu vou voltar pra cá. E detalhe, elas olham. E são fáceis, porque elas são pobres. E aqui minha carta do Instagram, cheio de inscritos, funciona demais. Não peguei ninguém, a gente não tinha tempo, mas colei em dois grupos de minas e é inacreditável a facilidade”, disse ele no áudio.

Na chegada ao Brasil, o deputado deu entrevistas confirmando ser o autor do áudio e retirou sua pré-candidatura ao governo do estado de São Paulo. Ele afirmou ter cometido “um erro em um momento de empolgação”.

“Não é isso que eu penso. O que eu falei foi um erro em um momento de empolgação. A impressão que está passando aqui é que eu cheguei lá, tinha um monte de gente, e eu falei 'quem quer vir comigo que eu vou comprar alguma coisa'. Não é isso. Eu fui pra fazer uma coisa, mandei um áudio infeliz e a impressão que passou é que fui fazer outra coisa”.

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