O Dia dos Povos Indígenas passa a ser celebrado no dia 19 de abril no Brasil A data reconhece a importância e a riqueza das culturas dos povos indígenas. Em entrevista ao BandNews TV, a ministra Sonia Guajajara disse que a data marca um avanço no que diz respeito à diversidade e pluralidade dos povos.
Na entrevista, a ministra reforça que essa é a primeira vez que a data é celebrada no país. “Essa mudança significa, para nós, um avanço nesse respeito, nessa diversidade cultural e essa pluralidade de povos que temos no Brasil”, disse.
“Para a maioria da sociedade não há diferença entre índio e indígena. Mas é importante sempre as pessoas se conscientizarem, que é preciso marcar essa diversidade. No Brasil, nós somos 305 povos indígenas diferentes, falamos 274 línguas, temos uma média de 114 grupos de povos isolados, que não tem contato com a sociedade não indígena. E essa diversidade precisa ser conhecida, reconhecida e valorizada”, destacou Sonia Guajajara.
A ministra dos Povos Indígenas reforça que falar “Dia do Índio” coloca todos os povos no mesmo parâmetro como se fosse o mesmo padrão de indígena no Brasil. O termo “povos indígenas” é ratificado pela Constituição Federal, que reconhece as formas de organização social própria de cada povo.
“É muito importante demarcar esse espaço, demarcar esse território com essa diversidade e essa pluralidade indígena que existe no Brasil”, acrescentou a ministra Sonia Guajajara.
Desafios do Ministério
Para Sonia Guajajara, um dos principais desafios do Ministério dos Povos Indígenas é o fato de ser uma pasta nova no governo federal, além de ter o desafio gigante de fazer com que as pessoas olhem para os povos indígenas e os enxergue e “entenda que nós temos a capacidade de fazer a gestão, de participar das decisões do país”.
“Estamos trabalhando de forma muito articulada, considerando que os orçamentos destinados para a pauta indígena são orçamentos insuficientes, acho que o grande desafio é esse. A gente consegue fazer ações transversais com outros ministérios, órgãos e parcerias para conseguirmos efetivar ações concretas dentro dos territórios indígenas”, destacou.
A bandeira de luta dos Povos Indígenas continua sendo a demarcação das terras, reforçou a ministra. “Como disse o presidente Lula desde a posse, ele tem esse comprometimento de retomar os processos demarcatórios no Brasil, considerando que nós estamos saindo de quatro anos, onde foi uma decisão política, a paralisação da demarcação das Terras Indígenas”.
Outro ponto abordado pela ministra é a proteção dos territórios, a segurança dos povos dentro dos territórios indígenas e as condições para fazer a gestão dos territórios, “afinal de contas, comparado com as demais terras públicas, são os mais preservados por conta do modo de vida e a relação com a natureza”.