‘Temos dois anos para salvar o mundo’, diz chefe do clima da ONU

Para o secretário-executivo da agência da ONU para Mudanças Climáticas, Simon Stiell, a liderança do G20 deve estar no centro da solução

Da Redação

‘Temos dois anos para salvar o mundo’, diz chefe do clima da ONU
Simon Stiell, chefe da ONU para Mudanças Climáticas
REUTERS/Guglielmo Mangiapane

O Secretário Executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, Simon Stiell, declarou nesta quarta-feira (10) que os próximos dois anos são “essenciais para salvar o mundo”.

“Ainda temos uma oportunidade de fazer cair as emissões de gases com efeito de estufa, com uma nova geração de planos climáticos nacionais. Mas precisamos desses planos mais fortes agora”, declarou Simon Stiell. 

Para o secretário, a liderança do G20 deve estar no centro da solução, assim como esteve durante a grande crise financeira. “Foi então que o G20 atingiu a maioridade e mostrou que as principais economias desenvolvidas e em desenvolvimento podem trabalhar em conjunto para evitar catástrofes econômicas globais”, disse. 

“Para aqueles que dizem que as alterações climáticas são apenas uma de muitas prioridades, como acabar com a pobreza, acabar com a fome, acabar com as pandemias ou melhorar a educação, digo simplesmente o seguinte: nenhuma dessas tarefas cruciais será possível a menos que consigamos controlar a crise climática”, afirmou o secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas. 

Papel do Brasil 

Para Simon Stiell, transferir a culpa não é uma estratégia e marginalizar o clima não é uma solução para uma crise que irá dizimar todas as economias do G20. 

“O Brasil, que também sedia a COP30, tem um papel vital para desempenhar para dar início à ação ambiciosa de que necessitamos. Me sinto encorajado pelo fato de o G20, sob liderança brasileira, estar explorando formas de encontrar novos financiamentos para o clima e desenvolvimento”, destacou. 

“O próprio Brasil também está testando novas formas de reduzir custos de empréstimos excessivos para energia limpa, o que poderia funcionar para outros países em desenvolvimento”, acrescentou o secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas. 

Segundo Simon Stiell, não é suficiente investir em energia limpa e em infraestruturas resilientes sem medidas que também acelerem o declínio dos combustíveis fósseis. 

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