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Witzel chora em depoimento e diz que não deixou a magistratura para ser ladrão

O governador afastado afirmou que queria melhorar a saúde, mas escolheu o secretário errado

Da Redação, com BandNews FM Rio

O governador afastado do Rio Wilson Witzel chorou durante depoimento ao Tribunal Especial Misto, que julga o processo de impeachment. Witzel afirmou que não saiu da magistratura para ser ladrão. As informações são de Gabriela Morgado, da BandNews FM Rio.

O interrogatório foi realizado nesta quarta-feira (7) e durou cerca de seis horas.

Witzel afirmou que nunca recebeu propina em esquema de corrupção e que não tinha como controlar cada contratação e repasse feito pelas secretarias.

O politico também afirmou que o ex-secretário de Saúde Edmar Santos já fazia parte do esquema de corrupção investigado, antes de ser nomeado, tendo recebido R$18 milhões do empresário Edson Torres. O governador afastado afirma ainda que não sabia do esquema na época.

Edmar também foi interrogado nesta quarta e chegou a responder perguntas de Witzel. O ex-secretário afirmou que falou para Witzel não requalificar a organização social Unir, pois a ação seria como um "batom na cueca", mas que o governador teria dito que daria uma "canetada".

A OS foi desqualificada em 2019, por incapacidade na prestação de serviços e requalificada por Witzel no início de 2020.

Ainda segundo o ex-secretário de Saúde, Witzel foi alertado por ele que a influência na área da Saude de Edson Torres e de Pastor Everaldo, presidente do PSC, poderia comprometer o funcionamento de unidades de saúde. Witzel nega que a conversa tenha existido e alega que só se encontrou com Pastor Everaldo uma vez, em uma reunião do partido.

Edmar Santos prestou depoimento atrás de um biombo, por conta de um pedido da defesa do ex-secretário para preservar a imagem dele e da família.

Já Witzel chegou a pedir a suspensão do depoimento nesta quarta, alegando falta de recursos para pagar advogados. A solicitação foi negada pelo Tribunal, que alegou que o governador afastado não demitiu todos os advogados e ainda tem defesa.

As próximas fases do processo de impeachment são as alegações finais pela acusação e pela defesa, ainda sem data marcada. Depois, o relator deputado Waldeck Carneiro dará um parecer e o Tribunal vota se é a favor da cassação de Witzel.

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