O governo federal deve se reunir hoje com representantes da Anvisa pra discutir a adoção de medidas pra conter o avanço da variante Ômicron, do coronavírus.
Há uma expectativa pra tornar obrigatório o passaporte de vacinação pra viajantes que chegam ao País.
Essa exigência, no entanto, não é de agrado do presidente Jair Bolsonaro.
A alternativa poderá ser a apresentação do certificado de vacinação ou a realização de quarentena de 14 dias após a chegada ao Brasil.
Em outras ações contra a Ômicron, a Anvisa se manifestou contra a redução de 5 para 4 meses o intervalo para a aplicação da dose de reforço contra a covid.
De acordo com a Agência, é preciso ter estudos de efetividade das vacinas dentro desse período para a terceira aplicação.
O governo de São Paulo, por exemplo, que já adota o intervalo de 4 meses, afirma que não vai recuar da decisão.
O governador João Doria ressaltou que a estratégia segue a orientação do comitê científico e que os estados têm autonomia para isso.
A prefeitura de Fortaleza, no Ceará, também vai reduzir a partir de hoje o intervalo da dose de reforço.
Para o professor Carlos Magno Fortaleza da faculdade de Medicina da Unesp, "não é um absurdo" adotar essa medida.
Porém, falando à Rádio Bandeirantes, o epidemiologista lembra que a Agência, se quiser, pode responsabilizar estados e municípios por "crime sanitário".
Mesmo com o impasse sobre o tempo de intervalo, um estudo britânico revelou que a dose de reforço pode aumentar em até 32 vezes os níveis de anticorpos.
As vacinas são eficazes contra todas as cepas do coronavírus, e os cientistas buscam respostas, agora, sobre a efetividade contra a Ômicron.
O que se sabe, por enquanto, é que a variante é mais transmissível do que as outras e que nenhuma morte pela Ômicron foi registrada.