O presidente da Comissão de Política Urbana e Meio Ambiente da Câmara dos Vereadores de São Paulo, Rubinho Nunes (União Brasil), concedeu uma entrevista exclusiva à Rádio Bandeirantes na manhã desta segunda-feira (15) e falou sobre a atual tramitação do projeto de lei que pode privatizar a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Atualmente, de acordo com o político, ainda não há votos suficientes para que a medida avance na Casa e o sentimento dos legisladores sobre o assunto é "hostil".
"Como um presidente de comissão, a gente fica contando votos para medir a temperatura do projeto no trâmite legislativo. Hoje, a Câmara tem se mostrado muito hostil em relação a continuidade [da cidade de São Paulo] no contrato [junto à Sabesp em caso de privatização]. Seja pela forma como o projeto veio quanto pelas condições na continuidade do contrato", afirmou.
Rubinho também pontuou que os vereadores sentiram que a capital paulista foi "desprestigiada" em relação ao projeto, uma vez que a cidade é a principal cliente da estatal.
"Isso atrapalha um pouco a tramitação. Espero que, com o curso das audiências públicas, o governador Tarcísio tenha sensibilidade para ajustar os ponteiros com o legislativo municipal para aprovarmos o projeto", ressaltou.
O vereador e presidente da comissão elencou os motivos pelos quais os legisladores municipais estão avessos à tramitação da desestatização da Sabesp. "Os termos do contrato causam desconforto porque a cidade de São Paulo corresponde a 46% do orçamento da Sabesp. A cidade precisa ter uma condição diferenciada de negociação. Tratar São Paulo como qualquer outra cidade do Estado é um desrespeito. A quantidade de pessoas que vivem em São Paulo, a densidade demográfica, é muito grande, há de se ter uma atenção especial", completou.
Atualmente, o projeto encontra-se em fase de audiências públicas - ou seja, em etapa de discussão com setores da sociedade - e a primeira votação do projeto deverá acontecer no mês de maio.