Cláudio Humberto: Audiências de custódia promovem uma "impunidade sofisticada"

Colunista da Rádio Bandeirantes comparou a medida com uma "porta rotatórias de delegacia", onde o preso entra preso em flagrante e sai sem receber a devida punição

Rádio Bandeirantes

O colunista Cláudio Humberto, da Rádio Bandeirantes, opinou durante a manhã desta segunda-feira (15) sobre os dados referentes às audiências de custódia.

De acordo com o jornalista, cerca de 40% dos presos em flagrante pelas forças policiais voltam às ruas após passarem pela audiência de custódia. Humberto pontua, ainda, que há delegados que afirmam ter um número ainda maior de presos que se beneficiam com a medida e são liberados após a audiência, cerca de 70% dos detidos pelas polícias.

"Por essa razão, é como se, com as audiências de custódia, tivessem sido implantadas portas rotatórias nas delegacias. A polícia prende em flagrante, leva à delegacia e o bandido sai sem demora. É durante as audiências de custódia que os presos são liberados, em sua maioria", pontua.

A medida foi implantada pelo então ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski - atual ministro da Justiça do governo Lula -, que também ocupava a cadeira de presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

"A polícia de São Paulo, somente neste ano, nos três primeiros meses, prendeu 25.500 criminosos em flagrante. E, segundo as estatísticas, o número de presos que ganharam imediatamente é de quase 15 mil presos. A situação é muito ruim, é dramática, garante o clima de impunidade. É a sofisticação da impunidade", afirmou.

Como solução, Humberto lembrou do projeto apresentado pelo senador Sergio Moro (UNIÃO BRASIL-PR) para limitar os poderes das audiências de custódia e dar uma "trava" na porta rotatória que solta criminosos. "Moro foi juiz federal durante 22 anos, atuou na área criminal e sabe o que fazer nessas circunstâncias. É preciso limitar e dar ao juiz as condições para manter o meliante na cadeia", finalizou.

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