"Muitos animais ficaram para trás", diz bombeiro que resgatou cavalo 'Caramelo'

Capitão dos Bombeiros participou do resgate bem-sucedido da 'Caramela' e contou a saga de tentar salvar vários outros animais que ficaram perdidos pela região

Da Redação

Militares do Corpo de Bombeiros ao lado do cavalo resgatado em Canoas
Militares do Corpo de Bombeiros ao lado do cavalo resgatado em Canoas
Reprodução

O drama vivido pelo cavalo 'Caramelo', ilhado em cima do telhado de uma casa no município de Canoas, no Rio Grande do Sul, comoveu o país. As imagens do animal que ficou quatro dias à espera de um resgate rodou as redes sociais e terminou com um final feliz, graças ao trabalho do Corpo de Bombeiros. No entanto, nem todos os animais tiveram o mesmo fim na tragédia das enchentes que atingiram o estado nos últimos dias, como contou o capitão Franco, em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Franco participou do resgate bem-sucedido do 'Caramelo' e contou a saga de tentar salvar vários outros animais que ficaram perdidos pela região. "Muitos animais (ficaram para trás) mesmo. Cães, gatos, cavalos. Estamos com uma equipe que apoia o Corpo de Bombeiros de São Paulo, veterinários da cidade de Sorocaba que apoiam a gente nessas ocorrências. Os animais também são motivos dos nossos resgates e são infelizmente, realmente, muitos animais. E não basta o resgate, tem que tentar chegar de uma maneira mais calma, mais tranquila, afinal de contas o animal também está assustado nessa situação", disse.

O capitão do Corpo de Bombeiros detalhou como foi feito o resgate do 'Caramelo', uma operação que envolveu bastante gente para salvar um animal de aproximadamente 350 quilos. "Foi um resgate que envolveu nove bombeiros de São Paulo, duas embarcações. A gente chegou ao local e ele estava a aproximadamente 4 km do início da enchente. Quando avistamos, fizemos a contenção mecânica, depois a contenção química com os veterinários. Posicionamos ele na nossa balsa e trouxemos para a margem com segurança", contou.

Franco também contou como mudou o trabalho dos bombeiros com o passar dos dias. Se em um primeiro momento o foco era resgatar pessoas em situação de perigo e posteriormente os animais que foram deixados para trás, a hora agora é de abastecer os moradores que optaram por não sair de suas casas. "Tem mudado bastante o panorama da tragédia. Nesse exato momento, as pessoas que não saíram de casa elas acabam tendo necessidade de gêneros alimentícios e outros gêneros de importância para vivência", disse.

"Eu acredito que vai entrar agora nesse momento de apoio bem forte da Defesa Civil, de materiais de doações. O resgate propriamente dito tem diminuído muito com relação ao começo da ocorrência. Ontem tivemos um dia inteiro em resgate, mas a maioria das pessoas que as equipes chegam às residências não querem sair. Elas não querem sair e demandam alimentos, água, entre outras coisas", afirmou.

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