A polícia do Distrito Federal quer encontrar pessoas que podem ter envolvimento na montagem de um explosivo num caminhão-tanque perto do aeroporto de Brasília e obter detalhes sobre a ligação delas com o bolsonarista George Washington de Oliveira Sousa, de 54 anos.
Acusado de montar o artefato, ele foi preso neste fim de semana com um arsenal.
Em depoimento, o apoiador do presidente Jair Bolsonaro disse que planejou a ação junto com manifestantes no Quartel General do Exército, na capital federal.
Segundo George Sousa, a instalação dos explosivos em pelo menos dois locais de Brasília tinha o objetivo de "dar início ao caos".
A ideia era provocar a decretação do estado de sítio no país e, consequentemente, a intervenção das Forças Armadas.
É o que explica o delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido.
Gerente de um posto de combustível em Xinguara, no Pará, George Sousa gastou 160 mil reais para comprar armamentos para serem usados em um eventual atentado.
Além do aeroporto de Brasília, o grupo tinha planos para a instalação de explosivos em postes próximos a uma subestação de energia em Taguatinga, no Distrito Federal.
E com isso, provocar falta de eletricidade.
O acusado foi indiciado e já passou por audiência de custódia - a Justiça decretou a prisão preventiva do bolsonarista.
O delegado-geral Robson Cândido, garante que a polícia vai monitorar ações que podem indicar a montagem de novos atos de violência.
Neste domingo, uma nova suspeita de bomba na região do Gama mobilizou as forças de segurança do Distrito Federal.
De acordo com a polícia, o apoiador de Bolsonaro que saiu do Pará para participar de atos em Brasília tinha registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador.
No entanto, o documento estava em situação irregular e por isso, foi autuado por posse e porte ilegal de armas, munições e explosivos.
E ainda crime contra o Estado Democrático de Direito.
A tentativa de atentado soou como um sinal de alerta na semana que antecede a posse do presidente eleito Lula.
Equipes se mobilizam para garantir a segurança em primeiro de janeiro; o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública afirma que procedimentos serão revistos.
Flavio Dino criticou os manifestantes que defendem a manutenção de Bolsonaro no poder e continuam acampados em frente aos QGs do Exército.
Para ele, os graves acontecimentos em Brasília comprovam que esses espaços se transformaram em incubadoras de terroristas.
Já o atual ministro da Justiça, Anderson Torres, destacou que equipes da Polícia Federal foram mobilizadas para acompanhar as investigações.