O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, admitiu que a entidade lidou por muito tempo com o problema de vazamento de dados de beneficiários, com até mesmo parentes dele como alvo.
Ele foi entrevistado nesta quarta-feira (24) pela Rádio Bandeirantes para esclarecer a cobrança indevida de descontos no pagamento de benefícios para entidades associativas.
“A gente tem um desconforto muito grande, mas muito grande. Eu mesmo já recebi de parentes meus avisando: ‘Olha eu fui aposentado’. Eu inclusive na condição de presidente, já me ligaram avisando. Mas eu falei: ‘O INSS não liga avisando, vai receber uma carta, até assinada por mim”, afirmou.
Ouvintes da Rádio Bandeirantes denunciaram que sofreram descontos na folha de pagamento feito para a contribuição para entidades associativas sem conhecimento. A medida está prevista em lei, mas precisa da autorização prévia do beneficiário para ser feita.
Stefanutto afirmou que o INSS vai implantar nos próximos meses um sistema de aprovação via biometria para a homologação do desconto, dificultando a ação de golpistas. Segundo ele, a medida já foi tomada para o acesso ao sistema do INSS, fazendo com que nenhum caso de roubo de dados fosse registrado “nos últimos meses”.
Sobre a permissão do desconto associativo em si, o presidente do INSS diz que pouco pode ser feito para barrar, já que é um benefício previsto em lei.
“Tanto o empréstimo consignado quanto o desconto associativo, estão em lei, é uma obrigação legal. Nós estamos submetidos ao princípio da legalidade. Enquanto estiver em lei, e a associação apresentar os requisitos, [...] a gente é obrigado a acatar”, disse.
Segundo o INSS, o beneficiário que identificar uma cobrança indevida pode solicitar o cancelamento e a revisão do desconto através do site “Meu INSS”.