Stepan Nercessian conta como é dar vida a Coronel Parker em musical sobre Elvis

A relação do cantor com o empresário ficou marcada pelas polêmicas; saiba o que o ator acha de tudo isso

Da Redação

Em “O Rei do Rock - O Musical”, espetáculo que está em cartaz em São Paulo, Stepan Nercessian interpreta o Coronel Tom Parker, o lendário empresário e agente de Elvis Presley. Em uma entrevista exclusiva concedida a Danilo Gobatto, no programa "Do bom e do melhor", da Rádio Bandeirantes, o ator compartilhou sua perspectiva sobre o controverso personagem e sua abordagem para dar vida a ele no palco.

O Coronel Tom Parker, foi um empresário norte-americano do ramo da música, que se tornou conhecido mundialmente por ser o agente de Elvis Presley de 1955 até 1977, e acabou se tornando uma figura polarizadora na vida do cantor. 

Enquanto alguns o criticavam por restringir as oportunidades de Elvis fora dos Estados Unidos, recusando ofertas milionárias de shows na América Latina, outros o defendiam por sua contribuição na construção da imagem global do Rei do Rock. Stepan Nercessian reconhece a complexidade desse personagem histórico e busca representá-lo sem julgamentos.

Não quis fazer essa caricatura do bandido, até porque essa relação, assim como chamam de tóxica, não começa tóxica. Ele era um cara que tinha outros problemas muito mais sérios do que a relação dele com Elvis, avalia Nercessian

O ator conta que optou por não retratar o Coronel Tom Parker como um vilão ou herói unidimensional. Em sua pesquisa e processo de preparação para o papel, o ator evitou tomar partido, deixando para o público tirar suas próprias conclusões sobre o legado e as ações do empresário de Elvis.

No universo do Coronel Tom Parker, Stepan conta que mergulhou em sua história, destacando problemas e nuances muitas vezes esquecidos. Parker não era apenas um empresário talentoso, mas também um indivíduo com um passado obscuro, incluindo crimes na Holanda e conexões duvidosas com o exército americano.

"Ele era um fora da lei protegido pelo sistema americano. Esse é um aspecto que vale a pena se aprofundar para entender quem ele realmente era", comenta o ator. .

Embora tenha aproveitado a oportunidade de gerenciar a carreira de Elvis Presley para benefício próprio, o Coronel também era admirador do talento e carisma do Rei do Rock. 

Ele era um jogador de cartas, e viu no Elvis uma chance enorme de ganhar dinheiro, mas também era fã dele. Viu nele uma máquina de fazer dinheiro e disse 'eu vou espremer até onde puder', destaca o ator

Nercessian reflete sobre a relação entre Elvis Presley e o Coronel como um exemplo clássico da dinâmica entre estrelas e seus empresários. Ele questiona até que ponto o sucesso de Elvis teria sido possível sem a orientação e condução de Parker, enquanto reconhece as tensões e eventual ruptura que frequentemente surgem nesses relacionamentos de poder.

"Essa é uma relação que se repete. É uma questão que toda hora você vê, como Xuxa e Marlene Mattos, fulano e não sei quem. Os empresários e as estrelas chegam no momento em que tudo parece uma coisa só e depois rompem", reflete o artista.

A peça está em cartaz no Teatro Claro em múltiplas sessões até 19 de maio. Ingressos a partir de R$ 21. Classificação indicativa: 14 anos.

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