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22% da população do Rio vive com menos de R$ 500 por mês

Segundo o estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 2 em cada 10 moradores do estado vivem na pobreza.

Felipe de Moura*

16,88% das pessoas vivem com menos de R$ 500 por mês no município do Rio
16,88% das pessoas vivem com menos de R$ 500 por mês no município do Rio
Tânia Rego/Agência Brasil

Vinte e dois por cento da população do estado do Rio de Janeiro vive com até R$ 497 por mês. O número foi revelado pelo Mapa da Nova Pobreza, divulgado nesta quarta (29), pela Fundação Getúlio Vargas.

De acordo com o levantamento, o número de pessoas que tinha renda domiciliar per capita de até R$ 500 por mês em 2021 aumentou 4% em relação à 2019. Na pesquisa, o Rio é o 19º estado mais pobre do país.

A situação é ainda mais delicada na Baixada Fluminense. Segundo o levantamento, no ano passado, 33,24% dos moradores dos municípios que ficam no entorno de Nova Iguaçu estão abaixo da linha da pobreza. Essa área está entre as 100 mais pobres do país.

A região de Duque de Caxias, Magé e Guapimirim também está entre as 100 mais pobres do país. Nessa área, 30,48% dos moradores dessa cidade estão na faixa da pobreza.

“A primeira avaliação importante é a avaliação do nível de pobreza utilizando uma linha de R$ 497 mensais por pessoa. É a linha mais alta do Banco Mundial, aplicada em vários países. São 62 milhões de pessoas no Brasil abaixo dessa linha. De 2019 à 2021, 9,6 milhões de pessoas cruzaram essa linha para baixo, quase a população de Portugal. O nível observado em 2021 é a maior da série histórica, que começou em 2012”, comentou Marcelo Neri, diretor do FGV Social.

No município do Rio, a situação também é complicada. 16,88% das pessoas vivem com menos de R$ 500 por mês, um aumento de quase 5% em relação à 2019, quando 11,78% viviam na mesma situação. Já em Niterói e São Gonçalo, o percentual é de 20,96%.

“Eu estou fazendo bico, com a pandemia as coisas ficaram ainda mais difíceis. Depois, eu perdi meu auxílio. Há dificuldade no país e também para sobreviver. Como vamos sobreviver do jeito que está? Está muito difícil de colocar comida nas mesas, está tudo muito caro. Arroz caro, gasolina cara, passagem cara”, disse a fluminense Eliane de Jesus Santos, mãe de quatro filhos.

*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco