Nesta sexta-feira (10), uma operação do Ministério Público do Rio com a Polícia Rodoviária Federal, contra integrantes de uma quadrilha que praticava fraudes fiscais e corrupção no transporte de combustível terminou com oito pessoas presas.
“As investigações se iniciaram em abordagens de rotina de policiais rodoviários federais nas estradas e rodovias federais do Rio de Janeiro, onde identificaram que alguns veículos, algumas carretas, encontravam-se com o seu produto etanol com algumas notas adulteradas, falsificadas. Identificando isso, levantou-se suspeitas de um crime um pouco mais extenso. Principalmente após ameaças a alguns agentes públicos. Alguns policiais rodoviários federais foram ameaçados ao longo dessas fiscalizações”, informou o Superintendente da PRF, Rômulo Ferreira da Silva.
Um dos presos é Vando Roberto Amorim da Cunha, assessor do deputado estadual Giovani Ratinho. Ele foi preso em casa, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
As investigações mostraram que donos de empresas pagavam e ameaçavam funcionários da Barreira Fiscal Fluminense, como era o caso de Vando, para trazer etanol sem tributação fiscal. Esse tipo de combustível era comprado em outros estados pelo grupo criminoso, onde a incidência de ICMS é menor, e trazido para o Rio a preços abaixo dos de mercado.
O policial militar Robson Paula dos Santos também foi preso. Buscas foram feitas em dois batalhões da capital onde ele trabalhou, mas, segundo o MP, ele não usava a influência como PM para praticar as fraudes. Mesmo assim, a Justiça determinou o afastamento de Robson das funções de policial.
Foram apreendidas 73 carretas. A organização criminosa pagava entre mil e mil e quinhentos reais por veículo. O lucro, por cada caminhão, era de cerca de R$ 15 mil. O prejuízo aos cofres públicos foi de R$ 1 bilhão, em um ano.
Ao todo, 19 mandados de prisão e 38 de busca e apreensão foram cumpridos em nove cidades do Rio e duas de São Paulo. Na operação, 29 pessoas foram denunciadas.