Anúncio em portal de vendas termina com vendedora feita de refém

Os criminosos se passaram por falsos compradores e entraram armados no apartamento

Rafaella Balieiro (sob supervisão)

Os criminosos subiram junto com o porteiro do prédio Reprodução/ Câmera de segurança
Os criminosos subiram junto com o porteiro do prédio
Reprodução/ Câmera de segurança

Uma moradora de Botafogo, na Zona Sul do Rio, foi surpreendida por bandidos que se passaram por falsos compradores. Ela anunciou um produto em um portal de vendas na internet, mas ao receber o interessado pela compra em casa, acabou trancada em um quarto e feita de refém.

Durante a ação, dois homens se identificaram no prédio e subiram junto com o porteiro no condomínio. De acordo com a vítima, o falso comprador, que no primeiro momento se identificou como Paulo Moura, teria avisado que o acompanhante era um contratado para fazer o serviço de frete do produto.

“Quando eles anunciaram o assalto, eu ainda tentei pedir socorro, gritei, mas não me ouviram. Um estava segurando uma arma e o outro uma faca, foi desesperador. Quando eu percebi, eu e o porteiro já estávamos amarrados e (eles) ficavam me mandando calar a boca, eu não conseguia parar de chorar”, explicou a vítima.

Uma perícia já foi feita na casa na tentativa de identificar os criminosos. Imagens de câmera de segurança do prédio foram analisadas, os dois homens usavam máscara no momento em que entraram no prédio, o que dificulta o reconhecimento. Objetos em que os criminosos tocaram também foram periciados para coletar as impressões digitais.

“Eles me amarram e tentaram pegar alguns pertences, mas o foco era o PIX. Ele pegou todas as minhas senhas e fez transferências para outra conta. Eles tentaram colocar a televisão na mochila, mas não conseguiram”, comentou a vítima ainda muito abalada.

O banco em que a vítima tem conta informou que não consegue devolver o valor que foi retirado. Ela ainda precisará entrar com um processo na Justiça para tentar reaver os quase R$ 5 mil que foram roubados. Além das perdas materiais, o que fica é o medo e o alerta para o golpe.

“Eles tentaram fazer a ação rápida porque sabiam que o porteiro que estava aqui precisaria render o outro. Eu pedi para o porteiro me acompanhar como prevenção mesmo, mas agora fica o alerta de não vender nada para desconhecidos”, finalizou a vítima ainda em choque.

Uma vizinha chegou a escutar os gritos da vítima e chamou a polícia, mas os agentes só chegaram ao local depois que o criminoso já tinha deixado o condomínio.

O caso foi registrado como roubo de residência. De acordo com o Instituto de Segurança Pública, esse tipo de crime registrou um aumento de 43% no último ano, em comparação com o mesmo período de 2020.