Aquicultura Educacional: Conheça escola da Zona Oeste que produz proteína limpa

O projeto garante educação ambiental e geração de renda extra para as famílias.

*Júlia Zanon

Aquicultura Educacional: Conheça escola da Zona Oeste que produz proteína limpa
A Escola Municipal Von Martius, em Campo Grande, iniciou esse projeto com os alunos.
Divulgação TV Band Rio

A aquicultura é uma atividade que tem ganhado destaque na prática sustentável do cultivo de peixes e camarões em sistema aquático controlado. A Escola Municipal Von Martius, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, iniciou esse projeto com os alunos do colégio. O objetivo é fornecer proteína limpa, promover a educação ambiental e gerar renda para as famílias envolvidas.

"Aqui na escola a gente tem um potencial muito grande para essa área socioambiental. Então, como eu também sou zootecnista e já tinha o conhecimento do peixe, nós pensamos em desenvolver alguma coisa de criação (...) E o objetivo é sempre o aluno. A possibilidade de levar isso para casa, a comercialização, mas, o principal, ser fonte de alimento em casa", explicou Luiz Pieroni, professor e coordenador do projeto na escola.

A estrutura é composta por duas caixas de 1.000 litros. Uma das caixas tem 100 Tilápias e a outra 1.000 juvenis de camarões Gigante da Malásia. Outras três caixas de 350 litros, também participam do ciclo da aquicultura e são importantes para manter a água utilizada limpa.

Uma das caixas de 350 litros funciona como decantador, onde a matéria orgânica mais pesada fica no fundo. A água mais limpa passa para a segunda caixa, que funciona como um filtro biológico. Nessa, há um substrato de cascalho, tijolos, brita e ráfia, onde algumas bactérias transformam a amônia produzida pelos peixes e camarões, tóxica para os animais, em nitrito e nitrato que não é tóxica.

A última caixa funciona como um armazenador de água, o sump. A água limpa que resta é bombeada para as outras duas caixas maiores. A água de descarte, proveniente da limpeza das caixas, é utilizada para irrigar a horta orgânica, também produzida na escola.

Na primeira despesca de Tilápia do projeto, a escola conseguiu 11 quilos e 600 gramas de peixe. Esse sistema, além de produzir proteína limpa, também age como instrumento de empreendedorismo para as famílias e garante, além de renda extra, alimentação básica para as famílias. E, além de tudo, estimula o conhecimento pedagógico das crianças.

"Ciências não era uma das minhas matérias preferidas, eu ia um pouco mal. Mas depois que o projeto começou, eu estou muito mais disposto a fazer as coisas e eu estou melhorando bastante. Prestando mais atenção nas aulas", contou Arthur Bouchuid, aluno do colégio Von Martius.

*Sob supervisão de Helena Vieira