Registros de baleias no litoral fluminense têm se tornado cada vez mais frequentes nas últimas semanas. Os animais encantam quem dá a sorte de ver o espetáculo e também os que observam atentamente os vídeos publicados na internet.

No Rio de Janeiro, por exemplo, só na quinta-feira (27) foram pelo menos quatro baleias flagradas por banhistas. Duas mães com seus respectivos filhotes surpreenderam quem estava nas praias de Itaipu, em Niterói, e São Conrado, na Zona Sul da capital.

ERRATA: inicialmente publicamos um vídeo divulgado pela Prefeitura de Niterói que seria do registro feito na Praia de Itaipu, mas os primeiros 13 segundos da imagem não correspondiam ao animal avistado. Se tratava de um vídeo editado, cuja autoria, data e local são desconhecidos. O vídeo correto está abaixo.

A baleia que aparece em Niterói foi gravada pela empresária Helena Sá, que ficou encantada com o registro.

“Já vi baleias, mas hoje foi uma coisa, assim, maravilhosa. Eu fiquei muito emocionada porque estava muito perto, ela e o filhote. Ela estava se exibindo, muito linda. Na hora eu fiquei arrepiada, muito emocionada com o que eu vi”, conta.

Apesar de o filhote não aparecer nas imagens, Helena afirma ter visto a mãe com ele: “ela estava ali, com o filhotinho dela, protegendo, brincando, muito perto da gente”.

Já o registro de São Conrado foi feito pelo fotógrafo Humberto Baddini, que comemorou quando percebeu que se tratava de uma baleia franca. Segundo ele, ela estava muito perto da faixa de areia.

“Com certeza esse foi o registro mais incrível que eu tive a oportunidade de filmar. Pelas raras circunstâncias, né? Uma baleia franca, no Rio de Janeiro, tão perto da praia, com o filhote, que estava nadando super calmo. (...) eles estavam a praticamente 300 metros da areia, então estava muito perto, foi muito legal de poder filmar”, conta.

De acordo com Ricardo Gomes, diretor do Instituto Mar Urbano, o fenômeno é explicado pelo deslocamento das baleias, que fogem das águas frias para destinos como o Brasil, buscando novos locais para viverem.

“Todo ano, no inverno, tem essa migração das baleias, né? Que saem das águas frias lá do Sul, da Argentina, do Uruguai, e vem para o Brasil, para o Sudeste brasileiro, chegando até a baía dos Abrolhos, para terem seus filhotes e cuidarem dos seus filhotes, buscando novas áreas de alimentação", explica. 

"Como a população das jubartes vem aumentando muito nos últimos anos, a gente está a cada ano vendo mais baleias aqui na costa do Sudeste, no Rio de Janeiro, e já estamos aí, no mapa, como uma das cidades urbanas onde pode se observar as baleias”, afirma o diretor.

Ricardo ainda pontuou que, no caso das baleias francas, os animais se deslocam da Península de Valdés, no Sul da Argentina: “saem daquele frio do inverno rigoroso para buscarem águas mais quentes no litoral brasileiro, para terem seus filhotes”.

Na semana passada também foram registradas mortes de baleias encalhadas no litoral fluminense. Os casos aconteceram em Macaé, Cabo Frio e Búzios, e são investigados por institutos especializados no monitoramento dos animais e pelas prefeituras locais.

*Sob supervisão de Christiano Pinho.