Botão de Emergência do Uber chega ao município do Rio

Quando o “Botão 190” é acionado, uma ligação com a Polícia Militar é realizada no mesmo momento.

Felipe de Moura*

A ferramenta utiliza os sinais de localização disponíveis nos celulares Reprodução
A ferramenta utiliza os sinais de localização disponíveis nos celulares
Reprodução

A partir desta quinta-feira (14), motoristas e passageiros do aplicativo Uber passam a contar com o “Botão 190” de segurança. A iniciativa é uma parceria com a Polícia Militar. Em caso de emergência, o usuário do app pode apertar o botão que, quando acionado, entra em uma ligação instantânea com a PM.

Quando alguém toca o botão, os operadores do Serviço 190, subordinado ao Centro de Controle Operacional da Polícia Militar (Cecopom), recebem a localização do veículo em tempo real e os dados da viagem em que foi originada a chamada. Isso permite uma resposta mais rápida e precisa da polícia, sem que seja necessário quem fez a chamada transmitir essas informações verbalmente ao atendente.

A ferramenta utiliza os sinais de localização disponíveis nos celulares e utilizadas na navegação do aplicativo, incluindo GPS e pontos de Wi-Fi, para determinar o posicionamento dos dispositivos.

Além da localização em tempo real, a PM tem acesso aos detalhes da viagem quando o botão é acionado: placa, marca, modelo e cor do veículo, nomes do motorista e usuário, além do telefone.

PERÍODO DE TESTES

Durante o período de testes, realizado na Baixada Fluminense entre maio e julho de 2022, o serviço recebeu 32 chamadas dos carros de aplicativos, das quais 16 foram registradas como ocorrências.

Entre elas, quatro casos de roubo de veículos do aplicativo (todos recuperados), quatro avisos de ocorrências em via pública (acidentes de trânsito e um encontro de cadáver), e as demais foram sobre desentendimentos entre motoristas e passageiros, além de um caso de mal súbito.

“Essa integração demonstrou que as plataformas digitais são grandes aliadas da segurança pública. A experiência na Baixada Fluminense foi extremamente positiva para ajustar o sistema. E agora, vamos expandi-lo para a capital e, em breve, para outras regiões do Rio de Janeiro”, comentou o secretário da Secretaria Estadual da Polícia Militar, coronel Luiz Henrique Marinho Pires.

CASO DE ASSALTO

Rodrigo Souza trabalha como motorista de aplicativo há cinco anos e já foi assalto quadro vezes durante corridas. Para ele, a medida é de extrema importância para os motoristas, que não costumam receber suporte das empresas.

“A partir do momento em que eu não me senti seguro, eu já poderia acionar o botão e evitar um assalto. O assalto que eu acionei a PM foi em frente ao Mercadão de Madureira. Uma passageira estava do meu lado e o neto dela deitado no banco traseiro. Eles me abordaram, eu tomei uma coronhada no ombro, eu e os passageiros saímos do veículo e eles levaram o carro”, contou Rodrigo.

O motorista também relatou que certa vez um bandido se passou por passageiro.

“Eu peguei um passageiro dizendo que ia buscar a namorada, ali no Engenho da Rainha, e ele me pediu para entrar numa rua, em vez de vir a namorada, entrou mais três rapazes. Ele disse que eram os primos dele. Chegando ali na altura do Norte Shopping, eles anunciaram o assalto. Falaram que não ia levar nada meu, que só iam buscar o que era deles. Aí eles levaram o meu outro carro”, comentou Rodrigo Souza

*Estagiário sob supervisão de Beatriz Duncan