BRT: novos veículos, velhos problemas

Segundo a Mobi-Rio, 40 portas dos veículos são quebradas todos os dias

*Ana Clara Prevedello e Fernando David

Portas abertas, lotação e vandalismo. Esses são apenas alguns dos problemas que preocupam os passageiros dos ônibus do BRT no Rio de Janeiro.

Inspirado no sistema de Curitiba, o serviço transporta, todos os dias, 324 mil pessoas. São três corredores exclusivos, que integram as Zonas Norte e Oeste com a região da Barra da Tijuca e o Aeroporto do Galeão. O meio de transporte é mais rápido que o ônibus convencional, mas está abandonado, principalmente nas áreas mais periféricas.

Na tentativa de coibir o mau uso do equipamento, nos últimos dois anos, os agentes do BRT Seguro prenderam mais de duas mil pessoas por roubo, furto, desacato, importunação sexual e vandalismo.

Mesmo assim, 40 portas dos veículos são quebradas todos os dias, muitas vezes por passageiros que ficam com calor dentro do ônibus.

A equipe de reportagem da Band Rio viajou no BRT lotado, e encontrou falta de ventilação e até sensação de claustrofobia em algumas pessoas. Lucas Costa, passageiro que forçou a porta para ventilar o ambiente falou sobre a dificuldade no transporte.

“Fica muito calor, algumas pessoas ficam na porta para poder entrar um ar para os outros passageiros”.

Alexandre Lima, vendedor que ainda precisa pegar outro ônibus para Taquara após o percurso do BRT, valoriza o serviço, mas considera precário o sistema.

“O BRT realmente ajuda todo mundo, a facilidade é muito boa. Só que as condições precisam ser melhoradas”.

A Prefeitura do Rio de Janeiro reassumiu a gestão do BRT há dois anos e trocou 291 ônibus antigos por novos. Outros 270 devem entrar em circulação até março do ano que vem.

“A ideia realmente é muito boa, é fácil de implantar, do ponto de vista da engenharia, diferente de um trem, ou de alguma coisa que você precise colocar viaduto, trilha, essas coisas, ter energia elétrica. Mas, por outro lado, você tem essa questão da operação, que está muito ruim hoje em dia”, explica Leandro da Rocha Vaz, professor de Rodovias e Transportes da UERJ.

*Sob supervisão de Christiano Pinho.