Cinquenta e quatro estações de trem na Baixada Fluminense ficaram fechadas por mais de quatro horas depois da paralisação do serviço da Supervia por conta de problemas de sinalização e roubos de cabos. Ao mesmo tempo, moradores da região não conseguiram pegar outros tipos de transportes porque funcionários de uma empresa de ônibus intermuncipal decidiram cruzar os braços.
A circulação de trens da Supervia foi normalizada às 13h30. No ramal Saracuruna, os trens voltaram a circular por volta de 08h30 da manhã desta quarta-feira. O ramal Belford Roxo foi o último a ser normalizado, às 13h30. Com a falta de transporte pela manhã, a ida ao trabalho da população fluminense foi afetada, nesta quarta-feira (6).
"O serviço é de péssima qualidade. É trem vazando, é furto de cabo de energia, é gente caindo na linha do trem, é tiro, todo dia tem um impedimento pra gente chegar no nosso trabalho", comentou Tereza de Fátima, doméstica que utiliza os serviços do trem todos os dias.
Segundo a Supervia, o motivo da interrrupção do serviço foi o furto de cabos nas proximidades das estações Penha, no ramal Saracuruna, e Belford Roxo, no ramal Belford Roxo.
"Dependo do meu trabalho para poder alimentar minhas filhas e pagar meu aluguel. Eu já perdi umas cinco ou seis diárias e não tive condição nenhuma nem de pagar meu aluguel. Tenho três filhas, não sei nem mais o que eu faço", lamentou Gracy Kelly Costa da Silva, diarista que perdeu trabalhos por conta dos atrasos dos trens.
PARALISAÇÃO TAMBÉM NOS ÔNIBUS
Os ônibus, que seriam outra opção de transporte para os moradores da Baixada Fluminense, também causaram transtornos. Os rodoviários de Nova Iguaçu declaram greve nesta quarta-feira (6). Segundo o Sindicato, que representa 14 municípios da Baixada Fluminense, cerca de 40% da frota não circulou.
Os grevistas reivindicam um ajuste salarial de 12% e negaram a proposta da Prefeitura de Nova Iguaçu de aumentar 2% nos salários e R$ 20 na cesta básica. A Justiça do Trabalho determina que 60% dos funcionários trabalhem para garantir a locomoção da população para a Capital Fluminense.
GREVE TAMBÉM AFETA PETRÓPOLIS
Além disso, o Sindicato dos Rodoviários de Petrópolis também declarou greve na madrugada desta quarta-feira (6). Os grevistas reivindicam melhores condições de trabalho e negaram a proposta da Setranspetro de 10,54% de aumento nos salários e 10% de reajuste na cesta básica.
A greve continua mesmo depois da decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), que considera a paralisação ilegal por entender que ainda existem possibilidades de negociação.
As ruas vazias também prejudicam o comércio da região, que ainda tenta se recuperar das consequências das fortes chuvas que destruiram a cidade no dia 15 de fevereiro.