Casal é preso por dopar macacos no Jardim Botânico

Segundo a polícia, eles misturavam calmante em bananas para atrair os animais e depois vende-los em feiras clandestinas.

Clara Kury, Helena Vieira

Casal é preso por dopar macacos no Jardim Botânico
Macaco prego
foto/vídeo

Na tarde desta segunda-feira (09), um casal foi preso em flagrante no Jardim Botânico, zona sul do Rio, com calmantes e bananas para dopar macacos. Cerca de cinco animais foram dopados.  

Os autores do crime foram abordados no interior do parque e conduzidos para a delegacia da Gávea, onde foi determinada a prisão em flagrante pelos delitos de crimes contra o meio ambiente.

Segundo Thaianne Moraes, delegada responsável pelo caso, o monitoramento se iniciou a partir da informação dos seguranças do Jardim Botânico que perceberam que os animais se encontravam com comportamento disfuncional e logo comunicaram a delegacia. Eles viram movimento atípico do casal pelas câmeras de segurança.

Ainda segundo a delegada, o número de animais que morreram ao longo do primeiro semestre de 2024 é elevado.

Então, os conduzidos foram presos em flagrante, os animais ficaram para tratamento no núcleo que existe dentro do próprio parque, e a investigação entra agora numa segunda fase pra analisar o envolvimento e as funções de cada um numa organização criminosa. Eles se reservaram direito de prestar declaração em juízo e foi verificado na posse deles a medicação que estava misturada com os alimentos também, eles tinham cartelas com eles. Todo esse material vai ser alí levado a perícia e ao futuro processo criminal que agora eles tão em disposição da justiça e vão responder. 

Dois macacos-prego foram levados para o Instituto Vida Livre, uma organização privada que trabalha na reabilitação de animais em situação de risco. O presidente da instituição e veterinário, Roched Seba, contou à reportagem da Band sobre a situação dos dois macacos resgatados.

Na última quarta-feira nós recebemos no instituto duas fêmeas macaco prego, que tavam dopadas com clonazepan ou rivotril. E quando esses animais são submetidos a essa droga arbitrariamente eles apresentavam tontura, descoordenação, os animais ficam num processo que eventualmente começam a convulsionar. São drogas que podem causar sérios danos a esses animais e essas duas fêmeas que chegaram estavam lactando, o que aumenta nossa preocupação porque possivelmente são animais que podiam estar num processo reprodutivo. 

Segundo a Engenheira Agrônoma Mariana Batista Ribeiro, o tráfico de animais é o terceiro maior do mundo, ficando atrás apenas do tráfico de drogas e de armas.

As pessoas têm por hábito achar legal alimentar o animal silvestre e isso é configurado crime, segundo a lei de crimes ambientais é crime você alimentar qualquer animal silvestre. Porque com isso você faz que esse animal se aproxime do ser humano, deixando o animal em situação vulnerável. Por que ele passa a não caçar, ele perde todo aquele instinto natural que ele tem de caça e de sobrevivência e ele permite que o ser humano se aproxime. Então ele fica vulnerável a pessoas mal-intencionadas, como é o caso das pessoas que foram presas dopando esses animais.

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