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CASO BOGHICI: Falsa vidente e pai são presos em Saquarema

Um dos envolvidos no golpe de R$ 720 milhões afirma que se arrepende de ter roubado a idosa

Pedro Cardoni*

A falsa vidente e o pai foram presos em Saquarema
A falsa vidente e o pai foram presos em Saquarema
Divulgação/Polícia Civil

Dois acusados de envolvimento no golpe de R$ 720 milhões contra a viúva de um colecionador de arte foram presos em Saquarema, Região dos Lagos, na última terça-feira (16). O crime teria sido articulado pela filha da vítima. Os dois preferiram ficar em silêncio durante o depoimento na delegacia.

Diana Rosa, a falsa vidente, e Slavko Vuletic, pai da suspeita, estavam foragidos desde que a idosa conseguiu denunciar o crime. Para a imprensa, o homem afirmou que se arrepende de ter participado do golpe.

"Eu me arrependo e não queria estar nessa situação. Eu não fiz tanto no meu ponto de vista", disse Vuletic.  

Outras quatro pessoas já foram presas pelo crime, incluindo Sabine Boghici, a filha da vítima. Rosa Stanesco, uma falsa vidente, que tem um acordo de união estável com Sabine, Gabriel Nicolau, filho de Rosa, e Jaqueline Stanesco, que também fingia ser vidente, te é prima de Rosa, tiveram as prisões mantidas pela Justiça na última sexta-feira (12).

RELEMBRE O CASO

O golpe teve início em 2020, quando Genevieve Boghici foi abordada por falsas videntes, que afirmaram que a filha dela iria morrer em breve se não fizesse em tratamento espiritual. Ao todo, a mulher chegou a transferir nove milhões de reais para o grupo realizar essa cura espiritual.

Quando passou a desconfiar do esquema, a idosa passou a ser agredida e mantida em cárcere privado pela filha. Durante esse período, Sabine demitiu todos os funcionários e as únicas pessoas permitidas na casa eram os integrantes do grupo criminoso. A vítima só conseguiu deixar o apartamento e denunciar o crime em maio deste ano.

Ao todo, 16 obras de arte avaliadas em mais de R$ 700 milhões foram desviadas pelos criminosos. Além disso, joias e três relógios de luxo, avaliados em seis milhões de reais, também foram roubados.

Entre as obras, 11 já foram recuperadas pelos policiais. Duas outras obras chegaram a ser compradas por um grande colecionador argentino, fundador do Museu de Arte Latino Americano (MALBA), que afirmou que não pretende devolver os quadros. De acordo com o homem, os quadros "Elevador social" (1966) de Rubens Gerchman e "Maquete para o menú espelho" (1964), de Antonio Díaz, foram comprados legalmente. Os demais quadros recuperados estão sendo mantidos pelas autoridades em um lugar seguro.

*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco