A Prefeitura do Rio encontrou um cemitério de embarcações abandonadas e escondidas na vegetação de mangue da Lagoa da Tijuca durante uma operação na região para prevenir e reprimir crimes ambientais na região. Na ação desta terça-feira (18), não foram encontrados utensílios ou vestígios de caçadores de jacarés e capivaras.
"Inicialmente, o trabalho será de conscientização e informação à população de que a prática de captura ou matança de jacarés, capivaras ou qualquer outro animal silvestre é crime, porém em caso de flagrante, o infrator será preso pela lei de crimes ambientais ", declarou o Coordenador de Defesa Ambiental da Prefeitura do Rio, José Maurício Padrone.
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, as embarcações podem causar poluição visual, impacto negativo na navegabilidade, além de possíveis danos à biodiversidade local. Os agentes que participaram da operação retiraram as embarcações que estavam abandonadas no local.
A secretária Tainá de Paula afirma que a Lagoa apresenta uma vegetação de manguezal e serve de abrigo a diversas espécies nativas, como crustáceos, garças, patos selvagens e o jacaré de papo amarelo, e por esta razão, a fiscalização ambiental será intensificada.
Nas últimas semanas, moradores próximos à Lagoa de Jacarepaguá denunciaram o aparecimento de jacarés baleados e mortos na região. Segundo o biólogo Mário Moscatelli, esses animais são mortos para venda ilegal de carne de caça.
"Essa questão da caça não é nova, já tem alguns anos e, de tempos em tempos, há um aumento e uma diminuição dessa atividade - provavelmente, dependendo da demanda", disse Mário. De acordo com ele, esses animais são contaminados, portanto, o consumo dessa carne é prejudicial também para a saúde humana.
A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) afirmou que vai investigar o caso.
"Nós temos um contexto que caça, no Brasil, é crime ambiental. Então, quem está caçando é criminoso", concluiu o biólogo. A pena é de multa e pode chegar a seis meses de prisão.
*Sob supervisão de Helena Vieira