Censo inicia entrevistas com brasileiros depois de 12 anos

Só no município do Rio de Janeiro, cerca de 16 mil recenseadores vão fazer as entrevistas.

Felipe de Moura*

O recenseador deve estar vestido dessa forma. Divulgação/IBGE
O recenseador deve estar vestido dessa forma.
Divulgação/IBGE

Depois de 12 anos, os profissionais do IBGE voltaram às ruas nesta segunda-feira (1) para coletar os dados da população brasileira. Até novembro, o Instituto deve visitar cerca de 75 milhões de domicílios. Só no município do Rio de Janeiro, 16.115 recenseadores vão realizar as entrevistas. Ao todo, são 183 mil recenseadores cadastrados. O lançamento aconteceu na manhã de hoje, no Museu do amanhã, na Zona Portuária do Rio.

O levantamento deveria ter sido feito em 2020, dez anos depois da pesquisa anterior, mas foi adiado por causa da pandemia e por falta de verba. O censo desse ano marca 150 anos da primeira pesquisa feita no Brasil. O custo estimado para o serviço é de R$ 2,3 bilhões.

Pela primeira vez, os moradores de territórios quilombolas vão ser contabilizados no censo. A pesquisa vai abordar dados como idade, sexo, religião e renda, em dois tipos de questionários: o básico, que leva cerca de 5 minutos para ser respondido, e o ampliado, que leva 16 minutos.

O questionário básico tem os seguintes blocos de perguntas: identificação do domicílio, informações sobre moradores, características do domicílio, identificação étnico-racial, registro civil, educação, rendimento do responsável pelo domicílio, mortalidade.

Já o questionário da amostra, além dos blocos contidos no questionário básico, investiga também: trabalho, rendimento, nupcialidade, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, pessoas com deficiência, migração interna e internacional, deslocamento para estudo, deslocamento para trabalho e autismo.

O levantamento poderá ser feito presencialmente, pela internet ou por telefone. Em todos os casos, no entanto, os recenseadores devem ir até os domicílios para o cadastro. Quem não receber a visita, poderá entrar em contato com o instituto para solicitar a entrevista.

“Um censo extremamente importante para a população, que vai trazer informações para gente poder construir o amanhã. O maior desafio desse censo é fazer com que o entrevistado receba o recenseador e responda corretamente a questão. É uma operação gigante, no país inteiro, e a gente vai acompanhar a operação diariamente”, comentou Cimar Azeredo, diretor do IBGE.

Todos os recenseadores devem usar boné, colete, um crachá e estar com o dispositivo para a coleta. A identificação pode ser confirmada pelo telefone ou pelo QR code no crachá, que leva ao site do IBGE. Segundo o Instituto, os primeiros resultados devem ser divulgados no fim de 2022. Outras análises vão ser publicadas em 2023 e 2024.

“Ser recenseado é um ato de cidadania. Olha, o censo passou na minha casa, postem isso na internet, no Tik Tok, no Instagram, no Facebook, no Twitter, faça disso uma festa para que a população se contagie com isso e busque ser recenseada. A gente vai conseguir fechar esse censo com chave de ouro”, complementou Cimar Azeredo.

*Sob supervisão de Natashi Franco