A grávida atingida por um policial militar de folga, no último domingo (28), durante chá de bebê, em Petrópolis, está com a bala alojada a dois centímetros do coração. Vitória Lopes Pena, 19 anos, está grávida de oito meses e espera a chegada da filha Eloah. Ela foi surpreendida quando o agente passou atirando na rua em que estava com familiares.
Por conta de uma falta de energia no local, a cerimônia precisou ser interrompida. Vitória e alguns convidados sentaram na rua para conversar e continuar comemorando o chá de bebê. No entanto, foi nesse momento em que o Sargento da PM se incomodou com a música e atirou contra a caixa de som e contra outras pessoas.
“Eu nunca tinha visto uma arma ou um tiro de perto, então não entendi nada. Ele deu um tiro na caixa de som e começou a disparar contra as pessoas. Foi aí que uma bala acertou em mim e eu travei na hora, não consegui sair correndo e caí no chão”, desabafou a mãe de Eloah.
Vitória agora está com um dreno no pulmão para evitar consequências maiores. Por conta da gravidez, ela não conseguiu passar por cirurgia ainda para retirar a bala. As dores ainda são constantes, mas o que fica é o alívio de saber que a filha está bem.
“Nada aconteceu com o neném, ela está super bem. Mas eu estou com a bala aqui ainda e sentindo muita falta de ar, não consigo nem falar muito, preciso parar e respirar”, comentou Vitória.
O Sargento, que era vizinho da família de Vitória, esteve na delegacia, se apresentou, mas não foi preso. De acordo com moradores da região, essa não é a primeira vez que ele causa confusões no local. O agente já é conhecido por ameaçar os vizinhos quando está embriagado.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que um inquérito foi aberto para investigar as circunstâncias do caso. Segundo um especialista em Direito Criminal, as autoridades policiais ficam de mãos atadas se a prisão não foi feita em flagrante.
“Ele apareceu espontaneamente na delegacia, confessou o crime e não causa ameaça à ordem pública. Tudo indica que ele não vai cometer nenhum desses atos que ferem a investigação, então a prisão preventiva não será decretada”, esclareceu Carlos Fernando Maggiolo, professor de Direito Penal e advogado criminalista.