Criança sai para brincar e morre em desabamento na Zona Norte do Rio

Michael Deodato, de 11 anos, ficou soterrado nos escombros de imóvel abandonado

Rafaella Balieiro (sob supervisão de Natashi Franco)

O cachorro foi um presente de uma vizinha Reprodução/ Redes Sociais
O cachorro foi um presente de uma vizinha
Reprodução/ Redes Sociais

A família de Michael Conceição Deodato, de 11 anos, aguarda a liberação do corpo do menino que morreu após uma construção desabar na região do Lins, na Zona Norte do Rio. Michael estava no local acompanhado de um primo para buscar tijolos que seriam usados na construção da casinha do cachorro que ganhou.

A obra estava abandonada há tempo suficiente para deixar a estrutura prejudicada. Quando começaram a retirar tijolos da construção, o alicerce que sustentava a laje não suportou o peso dos dois e caiu sobre o corpo de Michael. A família ainda tentou o resgatar a criança antes, mas não conseguiu.

"Quando eu olhei eu só vi as perninhas dele. Tentei levantar a parte da laje que estava por cima dele, depois chegaram outros amigos meus para ajudar. A minha vontade era levantar aquilo com tudo, de uma vez, mas não dava", desabafou o pai de Michael, José Edson Deodato.

Os bombeiros chegaram ao local para o resgate e ainda encontraram Michael vivo, de acordo o pai do menino. No entanto, o atendimento médico demorou cerca de 40 minutos, os socorristas tentaram o reanimar, mas não foi possível.

"Eu queria estar no lugar dele, amanhã é meu aniversário, vou fazer 41 anos. Tenho que pedir forças para Deus, não vai trazer ele de volta. Nós vamos conseguir reestruturar tudo de novo, mas a dor é grande", desabafou José Edson.

A Defesa Civil interditou o imóvel de dois andares que fica em uma comunidade no Complexo do Lins. O cachorro, que foi um presente de uma vizinha, segundo Edson, agora é parte da lembrança que ele terá do filho.

"Ele ficava o dia todo soltando pipa. Eu ia com ele correr atrás das pipas no morro, porque tinha medo de tiroteio, essa era a nossa rotina. Com quem eu vou fazer isso agora?", finaliza José Edson.