Curtas-metragens feitos por jovens que vivem em abrigos são estreiam hoje (18)

O projeto faz parte das ações do Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Pedro Cardoni*

A mostra é dos 72 eventos espalhados pela Capital Fluminense Divulgação/Prefeitura do Rio
A mostra é dos 72 eventos espalhados pela Capital Fluminense
Divulgação/Prefeitura do Rio

O Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes vai ser marcado pelo lançamento de curtas-metragens feitos por adolescentes em abrigos, nesta quarta-feira (18). Cerca de 72 eventos vão acontecer por toda a capital Fluminense.

A estreia dos filmes sera as 14h no Teatro Miguel Falabella, no Norte Shopping, no Cachambi, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e 100 crianças e adolescentes que vivem em abrigos da Prefeitura vão poder assistir gratuitamente. Os curtas-metragens exibidos são "Sapucaí" e "Te Vi na TV".

Os adolescentes produziram os curtas no Sambódromo durante o período do Carnaval. Os jovens são estudantes de cinema no Inclui Rio, projeto da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) que forma pessoas que vivem em abrigos em especialistas nas artes cinematográficas.

Depois disso, às 17h30, os cineastas responsáveis pelos curtas, que residem na Unidade de Reinserção Social Paulo Freire, vão até o Cristo Redentor estender a faixa da campanha. O local vai ser iluminado de laranja para representar o "Maio Laranja" e a importância de combater o abuso e exploração sexual infantil.

A campanha ainda vai contar com um evento às 9h no Rio Othon, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, com objetivo de sensibilizar a rede hoteleira com relação a gravidade desses crimes. A previsão é de que 120 hotéis associados ao Sindicato de Hotéis e Meios de Hospedagem do Município do Rio de Janeiro (HotéisRio) participem.

Adesivos da campanha também foram aplicados em 25 veículos da Táxi.Rio e distribuídas mensagens para 1,2 milhão de usuários do serviço em uma ação na frente do portão principal da Prefeitura. A ação é um projeto conjunto da Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS) e do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA).

"Proteger nossas crianças e adolescentes é uma responsabilidade de toda a sociedade. Essas situações têm que ser denunciadas", declarou Maria Domingas, secretária municipal de Assistência Social.

ABUSO SEXUAL INFANTIL NO RIO

No estado do Rio, a taxa de vitimização de crianças de zero a 19 anos aumentou de 58,6%, em 2017, para 83,4%, em 2020. O índice considera tentativas e dos atos consumados e foi revelado por estudos feitos pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (unicef), além do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

"A Assistência Social tem uma rede de CREAS, CRAS, CMDCA e conselhos tutelares, para encaminhar os casos e oferecer os cuidados necessários", concluiu Domingas.

*Estagiário sob supervisão de Natashi Franco