Apenas uma de sete escadas rolantes da estação de trem de Madureira, na Zona Norte do Rio, funciona. O problema dura pelo menos cinco meses. Os dados levantados pelo Jornalismo da Band mostram o descaso da SuperVia com os idosos, cadeirantes e demais pessoas com problemas de locomoção.

“Muito chato, muito desagradável. Chega a uma certa idade que a gente já fica muito chateada”, diz Arlete Vaz, aposentada que frequenta a passarela de Madureira.

Riquelme Barros é cadeirante e passa de segunda a sexta na estação no caminho para os estudos. Ele está sempre acompanhado do pai, que precisa levá-lo no colo para subir e descer escadas, e conta com ajuda de outras pessoas para segurarem a cadeira de rodas enquanto segura o filho.

“Essa escada já está há anos sem funcionar e é muito difícil a situação. Eu espero que isso se resolva o mais rápido possível”, lamenta Riquelme.

Na histórica estação de Marechal Hermes, também na Zona Norte, sequer existem escadas rolantes ou elevadores, agravando ainda mais o problema da falta de acessibilidade para com a população.

Questionada pela nossa produção, a SuperVia responde que elaborou um projeto robusto de acessibilidade, que já está em execução. 

A primeira estação entregue é a de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. No local, foram instalados sinalização visual e tátil, adequações na bilheteria, sistema de amplificação de voz e guichês reforçados. Por fim, a inclusão de um mapa tátil da estação e das linhas, e banheiros públicos que cumprem com os padrões de acessibilidade.

A concessionária chama atenção da população para que cuide dos novos equipamentos, uma vez que eles, constantemente, sofrem com desordem e vandalismo.

Também procurada, a AGETRANSP,  órgão regulador da SuperVia, afirma que já abriu processos que cobram pelo pleno funcionamento das escadas rolantes e elevadores nas estações. No mês de dezembro de 2023, a agência penalizou a concessionária com uma multa de R$ 140.211,87 pela situação no Méier, na Zona Norte. 

O grupo afirma que a SuperVia firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que prevê que, até 2034, todas as estações devem estar adaptadas para atender todas as normas de acessibilidade vigentes.

*Sob supervisão de Christiano Pinho.