Os Arcos da Lapa, um dos símbolos mais marcantes do Rio, estão sendo reformados pela prefeitura. A obra, que começou nesta semana, deve custar R$ 1,3 milhões aos cofres públicos e o término está previsto para o fim de junho deste ano. A maior obra de engenharia no Brasil do século XVIII vai receber uma pintura nova para realçar a cor branca. Uma limpeza também será feita e oxidações serão removidas.
Os Arcos da Lapa medem cerca de 270 metros de comprimento e 18 metros de altura, distribuídos em 42 arcos, com aberturas circulares entre eles na parte superior. Erguidos para trazer a água das nascentes do Rio Carioca até o chafariz do Largo da Carioca, com o intuito de abastecer a população da cidade, o símbolo carioca teve a primeira estrutura feita com canos de ferro, mas logo trocada por pedra e cal, para evitar a corrosão. Desde 1896, o antigo aqueduto serve como via para o bondinho de Santa Teresa.
Para essa revitalização, alpinistas profissionais estão trabalhando a 17 metros do chão para auxiliar na obra. Eles conseguem alcançar a parte mais alta da estrutura e com espátula e escova de aço vão removendo aos poucos as oxidações do monumento. Em seguida, massa e cal serão aplicados.
“Estamos trabalhando em um bem tombado, que é muito amado pelos cariocas e um dos monumentos mais visitados por turistas do mundo inteiro. É um serviço que exige atenção aos mínimos detalhes. Para o acabamento na cor branca, por exemplo, não pode ser usada tinta, mas sim cal virgem, que permite que o monumento respire e não se deteriore por trás da pintura. É a mesma técnica utilizada na época da construção do antigo aqueduto”, explicou a secretária de Conservação do Rio, Anna Laura Secco.
A área do entorno dos Arcos da Lapa também está sendo revitalizada. O passeio em pedras portuguesas e os dois painéis do artista Selarón passaram por manutenção.
“É sempre legal quando se tem cuidado com o patrimônio da cidade. Espero que junto a reforma aumente o policiamento na região e que mais pontos da cidade sejam reformados também. As reformas precisam ir além dos atrativos turísticos”, disse Douglas de Oliveira, estudante de Publicidade e Propaganda e frequentador da região.