DH investiga a morte de entregador de aplicativo no Morro do Palácio, em Niterói

Familiares da vítima afirmam que Elias foi morto pela PM

Thales Teixeira (Sob supervisão)

Manifesto pela morte de Elias Foto: Reprodução/Redes Sociais
Manifesto pela morte de Elias
Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Delegacia de Homicídios está investigado de onde partiu o disparo que matou o entregador de aplicativo, Elias Lima de Oliveira, de 24 anos. O jovem foi baleado no Morro do Palácio, após uma ação da Polícia Militar. Ele chegou a ser levado ao Hospital Estadual Azevedo Lima, também em Niterói, mas não resistiu.

A família da vítima acusa policiais militares de dispararem contra Elias, que deixou uma filha de menos de dois anos de idade.

“O meu irmão não era bandido não. Já é a segunda vez no Morro do Palácio que a Polícia mata morador. Arrastaram o corpo do meu irmão como se ele fosse bandido. Eu quero saber até quando? Já é a segunda vez, em menos de quatro anos, que dois moradores foram mortos nessa comunidade. Agora tem uma filha pequena aí para criar. Quem vai sustentar”, desabafou o irmão da vítima, Leonardo.

Segundo testemunhas, o entregador estava no Morro do Palácio, em Niterói, onde morava com a família, quando foi abordado por policiais e logo depois atingido por disparos de armas de fogo.

Já na versão da Polícia Militar, os agentes foram atacados a tiros enquanto abordavam um suspeito, durante um patrulhamento. E, após o confronto, Elias foi encontrado baleado e encaminhado ao hospital, mas não resistiu.

Protestos foram feitos em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, horas depois da morte de Elias, na noite desta quarta-feira (24). Por conta do ato, o trânsito ficou parcialmente interditado na orla da Praia das Flechas e na Rua Presidente Pedreira, no Ingá.

Nesta quinta-feira (25), os parentes de Elias foram ao Instituto Médico Legal de Niterói para fazer o reconhecimento do corpo e a liberação para o velório. A Secretaria Municipal de Direitos Humanos de Niterói prestou apoio a família.

“A nossa equipe técnica, composta por educadores sociais, assistentes sociais também já está em contato com a família para oferecer todo o suporte psicológico, de saúde, médico, enfim, tudo aquilo que estiver a nossa disposição, dentro das nossas atribuições institucionais enquanto município, nós faremos. E todas as políticas públicas necessárias serão entregues para essa família”, afirmou Renan Rodrigues Dutra, advogado da Secretaria Municipal de Direitos Humanos de Niterói.

O policiamento foi reforçado no local, nesta quinta-feira (25). Os familiares de Elias devem prestar depoimento à Delegacia de Homicídios, que já fez uma perícia na comunidade.