O Acidente Vascular Cerebral é a causa mais comum de mortes no Brasil. Dados do Portal de Transparência dos Cartórios de Registro Civil mostram que mais de 56 mil brasileiros morreram de AVC no primeiro semestre deste ano. Os infartos vem em segundo lugar, com cerca de 52 mil vítimas.
Para tentar conscientizar a população sobre a a importância de diagnosticar e tratar a doença o mais rápido possível, neste sábado (29) é celebrado o Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral.
O corretor de seguros Alexandre Pinto, de 58 anos, sofreu um AVC em 2018, enquanto estava dormindo. Quando acordou, Alexandre caiu porque não tinha forças nas pernas.
“Comecei a chamar pelas pessoas da casa com a boca bem torta. Minha filha me viu caído no chão e pedi para ligar para minha mãe. Minha mãe veio e fomos para o hospital. Comecei a pensar que tinha algum problema grave porque eu não conseguia ficar em pé", lembra o corretor.
Alexandre começou a fazer fisioterapia e exercícios de fonoaudiologia ainda no hospital. Em 1 mês ele já tinha visto melhora na fala. Logo depois abriu mão da cadeira de rodas e passou a andar com menos dificuldade. Apesar de ter sequelas até hoje, ele reconhece a importância dos exercícios.
"Eu vi uma evolução boa no sorriso e na fala. Eu ainda manco, mas praticamente não uso mais bengala. Eu só tenho muito pouco movimento com o braço esquerdo."
Nos primeiros 6 meses do tratamento de Alexandre, o objetivo era saber o motivo do AVC. Foi descoberto que o corretor tem uma predisposição hereditária para o desenvolvimento de trombose. Além disso, ele tinha um Forame Oval Patente (FOP) no coração, ou seja, um buraco formado entre duas estruturas do órgão. A condição atingir cerca de 25% da população mundial e não representa riscos para a maioria das pessoas.
Com isso, um trombo se formou no coração do corretor e subiu para o cérebro, o que causou o AVC.
"Eu tive que fazer uma cirurgia para fechar o buraco, continuo tomando alguns remédios e agora não tenho risco de sofrer outro acidente", disse Alexandre.
TIPOS DE AVC
Existem dois tipos Acidente Vascular Cerebral: o Isquêmico, quando os vasos que levam o sangue ao cérebro são obstruídos, que é o caso mais comum entre os pacientes, e o hemorrágico, quando os vasos se rompem. Nos dois casos a área cerebral não recebe o sangue adequadamente, e por isso acontece uma alteração da fala e nos movimentos. Em casos graves o AVC pode levar à morte.
De acordo com a especialista em saúde do Laboratório Bronstein, Rosita Fontes, o atendimento e um diagnóstico rápido são fundamentais para uma boa recuperação.
“Todas as vezes em que houver suspeita de AVC, deve-se procurar socorro com urgência, já que muitos quadros são reversíveis. É possível que o AVC seja transitório, ou seja, uma alteração da função cerebral que gera um bloqueio temporário do fornecimento de sangue ao cérebro”, explica.
A especialista afirma ainda que hábitos saudáveis como uma boa alimentação e um tratamento adequado para pessoas com pressão alta ajudam a prevenir o AVC e outras complicações cardiovasculares.
ATENÇÃO AOS SINTOMAS
Tabagismo, hipertensão arterial, consumo excessivo de álcool e obesidade estão entre os principais fatores de risco para o AVC.
Os principais sintomas são: fraqueza ou formigamento no corpo, dificuldade para enxergar ou falar, rosto entortando, dores de cabeça fortes e constantes e dificuldade para deglutição.
“Todas as vezes em que houver suspeita de AVC, deve-se procurar socorro com urgência, já que muitos quadros são reversíveis”, afirmou Rosita.
*sob supervisão de Beatriz Duncan