O Dia Nacional de Combate ao Fumo foi celebrado nesta segunda-feira (29) com o objetivo de conscientizar e mobilizar a população diante dos riscos do fumo. Muito comum entre os jovens, o cigarro eletrônico foi o foco da campanha nesse ano.
Uma iniciativa mirou as universidades para esclarecer e alertar os jovens sobre os perigos do cigarro eletrônico. A campanha "Cigarro eletrônico: parece inofensivo, mas não é", que começou ontem, foi motivada por uma pesquisa do Ministério da Saúde que apontou que mais de 2 milhões de pessoas já usaram os chamados dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), sendo a maior prevalência entre jovens entre 18 e 24 anos.
Mesmo com a proibição de comercialização, importação e propaganda de todos os tipos de DEFs pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o uso dos mesmos vem crescendo em festas, baladas, restaurantes, jogos e em roda de amigos.
"O cigarro eletrônico é potencialmente perigoso para a saúde ao contrário do que a indústria tabageira propaga", disse Luiz Augusto Maltoni, cirurgião oncológico e diretor executivo da Fundação do Câncer.
O epidemiologista e consultor médico da Fundação do Câncer, Alfredo Scaff, explica que o aumento do consumo dos DEFs está relacionado ao formato e as substâncias colocadas nesses dispositivos, como sabores e aroma, forma de atrair os usuários e passar a ideia de modernidade.
"No entanto, é uma enganação a propaganda de que o cigarro eletrônico é menos prejudicial que o cigarro tradicional, já que contém muito mais nicotina e outras substâncias muitas vezes desconhecidas, levando a malefícios e dependência química", explicou o epidemiologista.
De acordo com especialistas do InCor/Universidade de São Paulo (USP), os usuários de cigarro eletrônico têm 42% de chance a mais de terem um infarto, porque os dispositivos contêm mais nicotina do que o cigarro tradicional e o sal presente na substância é mais nocivo para a saúde. Além disso, têm 50% mais risco de terem asma e maior possibilidade de ter pneumonia. Veja os outros perigos dos DEFs:
- Os e-líquidos, usados nos vaporizadores, contêm quantidades significativas de produtos químicos tóxicos.
- Um vaporizador de 1.500 tragadas equivale a 5 maços;
- Por lei, 1 cigarro tradicional tem 1mg de nicotina. O cigarro eletrônico não é regulado e tem muito mais nicotina que o cigarro comum. Vale lembrar que a nicotina é altamente viciante;
- Os DEFs contêm metal, plástico, baterias e circuitos;
- Os resíduos de cigarros eletrônicos não são biodegradáveis e os cartuchos ou dispositivos descartáveis geralmente se decompõem em microplásticos e produtos químicos que poluem ainda mais os cursos d'água.
A campanha contra o cigarro eletrônico conta com mensagens para distribuição em diversas plataformas: banner para site, posts para redes sociais, WhatsApp card, e cartaz.
Para baixar e utilizar as peças, basta acessar os sites www.cancer.org.br ou www.anup.org.br.
*Sob supervisão de Natashi Franco