Diretora de creche da Rocinha é presa por corrupção

A mulher é suspeita de desviar dinheiro de programas federais de apoio à educação.

Pedro Cardoni*

Dois mandados de prisão foram cumpridos Divulgação/Polícia Federal
Dois mandados de prisão foram cumpridos
Divulgação/Polícia Federal

A diretora de uma creche da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi presa por desviar recursos públicos destinados à educação em uma operação da Polícia Federal nesta quinta-feira (28). Os agentes investigam a movimentação suspeita de mais de R$ 6 milhões entre 2018 e 2021 em contas ligadas à investigada.

As investigações tiveram início em 2021, quando foi descoberto o desvio de uma grande quantidade de dinheiro, principalmente de origem de programas do governo federal de apoio à educação. A mulher é acusada de desviar verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

A diretora era a principal beneficiária das transferências do dinheiro público, mas também foram registradas transações para a conta bancária do marido da investigada. O dinheiro era utilizado em viagens de lazer e itens incompatíveis com o consumo de uma instituição de educação infantil. Entre os produtos comprados estavam bebidas alcóolicas, cigarros, remédios para controle de colesterol, perfumes importados e até um composto natural para aumento de libido.

Além disso, os investigadores também apuram se a suspeita falsificou o número de crianças atendidas pela creche para receber um valor maior dos programas. A Justiça também determinou o sequestro do imóvel onde funciona a creche e permitiu o uso do local pela Secretaria Municipal de Educação para que as crianças não deixem de ser atendidas na comunidade.

Dois mandados de prisão contra a diretora e o marido foram cumpridos, além de um mandado de busca e apreensão em um endereço ligado aos suspeitos. Os presos vão responder por peculato e estelionato majorado e podem ficar até 18 anos na prisão.

*Sob supervisão de Natashi Franco