Band Rio

DRE prende suspeitos de negociar metralhadoras do Exército furtadas em Barueri

Eles seriam de uma quadrilha que comprou as armas para revendê-las ao Comando Vermelho.

João Pedro Obiler*

Parte do armamento roubado em Barueri
Parte do armamento roubado em Barueri
Reprodução/vídeo

A operação “Tormentorum Venditor”, deflagrada pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes, prendeu dois investigados por envolvimento em uma quadrilha que comprava armas para revende-las a facção Comando Vermelho. Entre o armamento negociado estariam metralhadoras furtadas do quartel do Exército em Barueri.

Jesser Marques Fidelix e Márcio Gomes de Medeiros Roque seriam atuantes no comércio ilícito de armas de fogo, principalmente as de uso restrito, assim como na prática de atividades criminais complementares, como a receptação e a clonagem de carros, utilizados como moeda de troca com grandes fornecedores de armamento.

Segundo a Polícia Civil, Jesser e a quadrilha teriam tido um impacto significativo no escalonamento de conflitos armados no Rio de Janeiro, principalmente na área da Gardênia Azul e Cidade de Deus, na Zona Oeste.

“A DRE identifica essa negociação, identifica pessoas que estariam envolvidas nessa negociação. E que esse armamento seria empregado na época da guerra da Zona Oeste”, disse o delegado Pedro Cassundé.

Os dois ostentavam vidas de luxo nas redes sociais, mas estavam inscritos no programa Bolsa Família do Governo Federal.

Agentes da DRE vigiavam o endereço de Jesser, na manhã dessa quinta-feira (11), quando ele e o comparsa saíram do condomínio Osasco Alphaville, em São Paulo em um carro de luxo. A equipe encaminhou os dois para a delegacia. Hoje (12), foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços ligados direta e indiretamente a quadrilha.

Nos locais averiguados foram apreendidos uma pistola calibre .40, carregadores, munição, um rastreador, quatro carros, sendo dois de luxo, doze celulares, três notebooks, pen drives, documentos e um caminhão. Todo o material foi encaminhado para a sede da DRE, na Cidade da Polícia.

A Polícia Civil também identificou que a companheira de Jesser, Tiziane Souza Costa, alvo de um dos mandados de busca, movimentou nove milhões de reais em suas contas bancárias em dois anos. Parte desses valores foi, segundo a polícia, repassado em espécie para Márcio Gomes.

A operação teve origem após uma grande quantidade de armamento ter sido furtada do arsenal de guerra do Exército, em Barueri, São Paulo. Ao todo, foram vinte e uma armas de alto calibre furtadas, das quais dezenove já foram recuperadas, no RJ e em SP.

O jornalismo da Band procurou as defesas dos investigados, mas não teve retorno.

*Sob supervisão de Christiano Pinho.