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Especialistas alertam para diagnóstico precoce do autismo em crianças

Tratamento precoce pode melhorar condição de crianças ao longo da vida

Beatriz Duncan (sob supervisão)

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Atualmente 70 milhões de pessoas vivem com alguma forma de autismo
Reprodução/UNICEF

Saúde é um tema que tem cada vez mais ganhado os holofotes, especialmente em meio a pandemia. Mas é preciso ficar alerta porque além da Covid-19, outras doenças, que começam de forma silenciosa, podem ser perigosas a longo prazo.

A Leona Porto, de 5 anos, tem autismo e desde 2 faz tratamento contra a doença. A mãe dela, Jaqueline, alerta que se não fosse pelo tratamento precoce, talvez a filha não tivesse desenvolvido algumas habilidades de uma pessoa da mesma idade, como a comunicação e a socialização.

"Eu comecei a desconfiar quando ela tinha mais ou menos um ano e meio e ainda não falava. Ela era uma criança agitada, mas não estranhava. Achava que era normal. O tempo foi passando e fui vendo que os filhos das minhas amigas falando e a Leona não. Então coloquei ela em uma fono. Nessa época eu já estava preocupada e tudo que eu procurava na internet dava que era autismo. Não saia uma palavra da boca dela. Ela não falava nada. A fono pedia para ter calma. Ninguém me entendia. Todo mundo achavas que eu era doida", relata a mãe.

Segundo Jaqueline, com ajuda de vídeos na internet e o suporte de mães que passaram pela mesma situação que ela, conseguiu receber o tratamento necessário.

"Era tudo cheio de muito glitter, cor, massinha, brinquedo, boneca. Eles usavam a brincadeira para chamar a atenção dela, mas por trás tinham as técnicas para conseguir ajudar a minha filha. Ela recebeu alta em outubro do ano passado passando de todas as metas que tinham sido criadas para ela", completa Jaqueline com ar de alívio depois de toda a angústia.

Hoje, cerca de 3 anos depois do diagnóstico, Leona já faz jiu-jitsu, consegue se comunicar e é uma criança bem espertinha.
 

O QUE É O AUTISMO?

O Transtorno do Espectro Autista pode ser identificado desde os primeiros meses de vida de um bebê. Alguns sinais que podem ser observados são poucas expressões faciais, ausência do sorriso social e pouca comunicação.

"Não é fácil, mas uma pessoa com experiência em autismo, consegue identificar sinais sutis de autismo em bebês muito pequenos, com em torno de 3 ou 6 meses de idade. Logicamente não é nesse momento que o diagnóstico final é dado, mas é nesse momento que as orientações, acompanhamento e terapia já podem e devem ser instituídas", afirma a neurologista Thais Demarco.

Ainda segundo a neurologista, quando o autismo não é tratado precocemente, a doença não avança, mas a criança cresce com mais limitações se os estímulos não acontecerem na idade certa.

"O tratamento precoce visa aproveitar o período que o cérebro tem maior facilidade para adquirir determinadas habilidades, que é a primeira infância. Quanto mais se atrasa o diagnóstico correto, mais se atrasa a instituição de um tratamento, e maior a dificuldade e o tempo necessário para a aquisição dessas habilidades", explica a médica.

O autismo é uma doença que nasce com a criança e a apresentação dela pode acontecer em diferentes níveis, desde a forma mais branda até as mais graves. Segundo a Organização Mundial de Saúde, atualmente 70 milhões de pessoas vivem com alguma forma do Transtorno do Espectro Autista em todo o mundo.

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