EXCLUSIVO: Band mostra novo equipamento de perícia 3D da Polícia Civil em ação

Peritos podem escanear cenas de crime ou acidentes e revisitar os locais virtualmente.

Ana Clara Prevedello*

Equipamentos de laser scanner 3D são os mais novos aliados da Polícia Civil nas cenas de crime. A tecnologia permite o escaneamento de locais de crime ou acidentes, facilitando o reconhecimento e a visualização de vestígios nos locais pelos peritos. 

A TV Band acompanhou uma simulação de perícia em uma cena de crime no Instituto de Criminalística Carlos Éboli e mostra com exclusividade o funcionamento do equipamento, utilizado pela primeira vez este mês.

Confira a reportagem no vídeo acima.

Com o escaneamento 3D, os peritos podem revisitar a cena virtualmente e "andar" pelo espaço, através de imagens que podem ser consultadas quando necessário.

A primeira operação com os aparelhos aconteceu no último dia 9, depois do incêndio de grandes proporções em uma garagem das empresas de transporte Pedro Ita e Cascatinha, que abrigava 90 ônibus em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.

O perito criminal da Engenharia do ICCE Victor Sátiro fala sobre a dificuldade de utilizar o equipamento para análise de casos de incêndio. Mas destaca que ainda assim a tecnologia otimiza o trabalho de perícia nesses episódios.

"Às vezes a gente tem problema em trabalhar com esse tipo de equipamento em locais muito confinados. Mas acaba sendo uma forma da gente levar o ambiente para laboratório, analisar e, obviamente, caracterizar o que é importante para a gente nesse tipo de local, identificando possíveis vestígios em relação ao evento, às chamas", falou.

Durante a perícia, os equipamentos capturam, através de uma câmera de 360°, lugares, corpos, veículos e pequenos indícios, mesmo em locais sem iluminação. As imagens são transferidas para um computador, e os investigadores analisam detalhadamente os vestígios e indícios do crime.

O diretor da Divisão de Perícias em Locais de Crime, Amaro Moreira, explica que o aparelho não substitui o trabalho dos peritos.

"É o perito que faz o reconhecimento dos vestígios. O equipamento vai imortalizar toda a cena, fazendo com que a gente possa revisitar, a qualquer momento, essa cena de crime. Mas não substitui o trabalho do perito local. Ele faz o reconhecimento e as marcações, com fotografias, e o equipamento, depois, permite uma revisitação", diz.

A Polícia Federal já contava com o equipamento, considerado de ponta. Há quase cinco anos, o scanner foi usado por policiais federais durante as investigações sobre o incêndio que atingiu o Museu Nacional. As chamas destruíram grande parte do acervo do maior museu natural do País.

A tecnologia adquirida pela Polícia Civil teve um investimento de quase R$ 4 milhões e também será fundamental para ajudar em crimes mais complexos, que acontecem em locais de difícil acesso, como as favelas.

Os equipamentos estão guardados nas unidades do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE), no Centro e na Barra da Tijuca, e nas Delegacias de Homicídios da Capital, da Baixada Fluminense, e de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí.

*Sob supervisão de Christiano Pinho