A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio prenderam, nesta quarta-feira (28), 28 integrantes de uma quadrilha especializada em extorsão mediante sequestro.
Segundo as investigações, os criminosos publicavam falsos anúncios de compra e venda de veículos na internet e, ao marcarem um encontro para a negociação, sequestravam os supostos compradores, que eram levados para favelas. Foram identificadas pelo menos 70 vítimas. Segundo a polícia, o grupo era extremamente violento.
“Normalmente, era marcado um encontro de acesso à comunidade de Santa Teresa, em Belford Roxo. Lá chegando, as vítimas, na realidade, eram rendidas, conduzidas e levadas até o cativeiro, muitas vezes utilizado e alugado por membros da própria organização criminosa. Lá, as vítimas eram submetidas a sessões de tortura física e psicológica, e eram obrigadas a fazer transferências bancárias por PIX”, explica Pedro Simão, promotor do GAECO do Ministério Público.
A operação ‘Market Place’ tinha como objetivo cumprir 54 mandados de prisão e 55 de busca e apreensão contra a quadrilha, em municípios da Baixada Fluminense e da Região Metropolitana do Rio, onde o grupo atua.
Os policias também apreenderam um carro, máquinas de cartão, computadores, celulares e documentos.
O Ministério Público mapeou os integrantes do grupo criminoso e identificou mais de 50 pessoas. As funções dentro da quadrilha variavam entre anunciantes, braços armados, beneficiários e operadores, todos comandados por dois homens: Lázaro da Silva Alves e Leandro Santos Sabino, que seguem foragidos.
Lázaro, inclusive, é apontado como o chefe do tráfico no Barro Vermelho, em Duque de Caxias. Ele também é acusado de envolvimento nas mortes das meninas Emily e Rebecca, de 4 e 7 anos, em 2020, baleadas enquanto brincavam na porta de casa.
Segundo a investigação, a quadrilha chegou a roubar cerca de R$ 600 mil, mas os números podem ser ainda maiores.
Agora, a Polícia Civil pede que outras pessoas que também possam ter sido vítimas dos criminosos procurem a delegacia.
A BandRio tenta contato com as defesas dos denunciados.
*Sob supervisão de Christiano Pinho.