Família afirma que criança morreu depois de receber diagnóstico errado na UPA

A menina de dois anos chegou a ser levada duas vezes a unidade, mas foi liberada em ambas as ocasiões.

João Pedro Obiler*

Aylla Elisa da Silva, de dois anos, foi levada a UPA de Manguinhos depois de passar mal em casa, no dia 31 de março. A criança vomitava e não conseguiu se alimentar. Na unidade foi diagnosticada com desidratação e lhe foi receitado uma espécie de soro em pó para o tratamento.  

Com a piora no quadro ela foi levada novamente a unidade, no dia seguinte. O pai conta que os médicos aplicaram uma injeção e receitaram um remédio, alegando que era desidratação.

“Eles aplicaram uma injeção nela e um histamin para casa. Ela retornou para casa de novo, chegou, e enquanto estava dormindo, na quarta-feira, a avó dela viu ela se tremendo e com a vista virada, não conseguindo andar, já estava fraca, não estava conseguindo mais falar”, afirma Yuri Gabriel Araújo.

Aylla foi então levada a UPA da Tijuca e na fila da medicação começou a passar mal novamente. A criança começou a vomitar sangue, e foi levada por enfermeiros para a incubadora, porém não retornou mais com vida.

Em sua certidão de óbito a causa da morte foi apontada com uma meningite não especificada. Após uma semana da morte da filha, os pais de Aylla ainda não obtiveram respostas sobre o que aconteceu, e agora buscam justiça.

“Foi uma negligência médica deles por terem liberado minha filha, dizendo que não estava muito grave. Eles não podiam ter liberado ela daquele jeito. Eu quero justiça, quero uma resposta e eu quero ver como que vai ficar isso”, protesta Yuri.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio lamentou o ocorrido e informou que abriu uma sindicância para investigar o caso. Além disso, os profissionais envolvidos estão afastados das funções até a conclusão das apurações. A Polícia Civil também investiga a morte da menina.

Ontem (9), os moradores realizaram protestos para cobrar respostas das autoridades.

*Sob supervisão de Christiano Pinho