Família de Moise Kabagambe ganha quiosque no Parque Madureira

Congolês foi espancado até a morte em um quiosque na Barra da Tijuca

Ana Clara Galante*

Quiosque Moise é localizado no Parque Madureira, Zona Norte.  Reprodução/ Band TV Rio
Quiosque Moise é localizado no Parque Madureira, Zona Norte.
Reprodução/ Band TV Rio

Foi inaugurado nesta quinta-feira (30) o quiosque entregue para a família de Moise Kabagambe. O jovem congolês foi espancado até a morte no dia 24 de janeiro no local onde trabalhava, na orla da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.

“Essa inauguração é muito importante para a gente. Nos faz lembrar do nosso irmão e vai nos consolar um pouco”, disse Djou Djou, irmão de Moise.

Localizado no Parque Madureira, Zona Norte, o quiosque funcionará de terça a domingo e contará com um memorial para Moise e um espaço para celebrar a cultura africana. A iniciativa é uma parceria da Prefeitura com a concessionária Orla Rio.

A abertura do espaço contou com uma apresentação musical e com danças que refletem a cultura africana.

“É óbvio que a gente nunca vai reparar isso, mas é uma forma de homenagear, lembrar permanentemente desse ato bárbaro, selvagem, que acabou com a vida de um homem. E mostrar que esse país foi construído por gente que veio de tantos lugares, muitas da África, que ajudaram a construir o Brasil e o Rio de Janeiro da forma que a gente conhece”, comentou o prefeito Eduardo Paes.

Durante a idealização do projeto, a Orla Rio preparou a família com cursos para a gestão do negócio, auxiliou na abertura da empresa e forneceu a primeira leva de ingredientes para a produção do cardápio.

RELEMBRE O CASO

Moise Kabagambe foi até o quiosque Tropicália, na orla da Barra da Tijuca, no dia 24 de janeiro, para cobrar três diárias do seu trabalho. Imagens de câmeras de segurança mostram a discussão entre o congolês e os funcionários do local, que em seguida, mataram o jovem a pauladas.

Os agressores foram presos por homicídio duplamente qualificado. Segundo investigações, o Moise tinha jornadas de trabalho de até 12 horas, sem acesso a água, alimentação e banheiro.

*Estagiária sob supervisão de Natashi Franco