O filho do ex-governador Sérgio Cabral, José Eduardo Neves Cabral, será transferido para o Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar (BEP), em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, mesmo local onde o pai está preso. A decisão é da Justiça Federal e acontece depois de um pedido da defesa dele.
Entretanto, o BEP ainda não recebeu a notificação da Justiça e o acusado segue aguardando audiência de custódia no presídio José Frederico Marques, em Benfica, na Zona Norte do Rio. José se apresentou para a polícia nesta quinta-feira (24), na sede da Polícia Federal, na Praça Mauá.
Ao saber do pedido de prisão do filho, Sérgio Cabral passou mal e chegou a desmaiar na cadeia. O filho do ex-governador é um dos alvos da operação da Polícia Federal contra uma organização criminosa armada e transnacional especializada em comércio ilegal de cigarros.
Na manhã desta sexta-feira (25), um policial militar, alvo da operação “Smoke Free”, com mandado de prisão preventiva expedido, se apresentou à Superintendência da PF no Rio de Janeiro. Com isso, sobe para 14 o número de presos da ação. O grupo é responsável por causar prejuízos à União de cerca de R$ 2 bilhões.
De acordo com a investigação, iniciada em 2020, o grupo criminoso transportava e comercializava cigarros ilegais em territórios dominados por outras organizações criminosas, tanto em áreas de tráfico quanto de milícias. O esquema teria acontecido nos últimos três anos, de 2019 a 2022. Além disso, o grupo, que emitia notas fiscais falsas, precisou começar a lavar o dinheiro das transações no exterior para trazer um ar de legalidade aos ganhos.
Segundo a Polícia Federal, a organização criminosa contava com uma célula de serviço paralelo de segurança, coordenado por um policial federal e integrado por policiais militares e bombeiros, que também atuavam para atender aos interesses do grupo.
Na ação desta quarta-feira (23), 300 policias federais cumpriram 27 mandados de prisão preventiva e 50 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Além dos mandados, ordens de bloqueio, sequestro e apreensão de bens, avaliados em cerca de R$ 300 milhões, foram emitidas. Dentre os bens, estão imóveis, veículos de luxo, criptomoedas, dinheiro em espécie, valores depositados em contas bancárias, entre outros.
Os investigados podem responder pela prática de crimes de sonegação fiscal, duplicata simulada, receptação qualificada, corrupção ativa e passiva, lavagem de capital e evasão de divisas.
A operação também tem apoio da U. S. Homeland Security Investigations (HSI), Agência de Investigações de Segurança Interna, da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília.
*Sob supervisão de Natashi Franco