Final da Copa do Brasil tem tentativa de invasão e 60 pessoas detidas

Dos detidos, apenas três seguem presos, de acordo com a Polícia Civil

Felipe de Moura*

A torcida do Flamengo tentou invadir o estádio por vários pontos Divulgação/PMERJ
A torcida do Flamengo tentou invadir o estádio por vários pontos
Divulgação/PMERJ

Fora dos gramados, a final da Copa do Brasil de 2022 entre Flamengo e Corinthians foi marcada por muita confusão, violência, tentativas de invasão, 60 detidos e até apedrejamento do ônibus que levava o time paulista.

Horas antes da final começar, torcedores do Corinthians, que não tinham ingresso, tentaram invadir o Maracanã pela área de imprensa. A polícia reagiu.

Já torcedores do Flamengo, tentaram invadir o palco da final por diversos pontos e também houve conflito.

Em uma das ruas que cercam o estádio, torcedores do flamengo entraram novamente em confronto com policiais militares e os agentes usaram bombas para dispersar o grupo. Policiais à cavalo também tiveram que ser acionados para conter a confusão.

Ao todo, cerca de 2 mil agentes de segurança trabalharam na partida. Na passarela do metrô do Maracanã também teve muita correria e tumulto, com o uso de bombas de efeito moral pelos policiais.

O ônibus da delegação do Corinthians foi apedrejado, mas ninguém ficou ferido. Uma policial militar ficou ferida na mão e foi encaminhada para o hospital central da PM depois dos confrontos. Ela levou três pontos e foi liberada.

OPERAÇÃO CÓRTEX E PESSOAS DETIDAS

Sessenta pessoas foram detidas durante as tentativas de invasão ao Maracanã e encaminhadas para o Juizado Especial do Torcedor. As polícias militar e federal prenderam 4 pessoas que tentaram entrar no estádio e tinham mandados de prisão em aberto. Um deles, por homicídio. De acordo com a Polícia Civil, apenas três seguem presos.

As prisões foram em integração com a operação córtex, que utiliza um sistema eletrônico que identifica pessoas que têm o mandado em aberto. No dia 9 de outubro, sete pessoas foram presas no estádio (hiperlink), quando Fluminense e América-MG se enfrentaram.

Os torcedores com pendências judiciais, incluindo os que estão proibidos de entrar em estádios, têm o acesso bloqueado na hora da leitura do ingresso, que ocorre nas catracas eletrônicas do Maracanã.

Essa ferramenta vem somar com todos os recursos de segurança pública utilizados para garantir a segurança do torcedor nos estádios. É uma ferramenta tecnológica, o que mostra como é importante investir em tecnologia na segurança da população”, disse Ivan Blaz, porta-voz da Polícia Militar.

Usada em fase experimental no Rio, a ferramenta, que é uma parceria entre os governos federal e estadual, deve ser usada em breve em outros estados do país.

FERRAMENTA JÁ AJUDOU NA PRISÃO DE CHEFE DO TRÁFICO

Um homem apontado como chefe do tráfico  da favela do Castelar, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, foi preso durante uma partida de futebol no Maracanã, na Zona Norte do Rio de Janeiro, no dia 17 de agosto. A implementação do sistema eletrônico permitiu a prisão do criminoso.

Marco Aurelio dos Santos Rocha, conhecido como "Foka", foi encontrado depois de ser seguido por policiais à paisana no jogo do Fluminense contra o Fortaleza, pelas quartas de final da Copa do Brasil. O traficante usava uma camisa tricolor personalizada com o apelido nas costas no momento da prisão, o que facilitou a identificação do homem em meio aos 60 mil torcedores nas arquibancadas.

Existiam dois mandados de prisão em aberto contra Foka por tráfico de drogas. Além disso, ele também é acusado de ser o responsável por homicídios ocorridos na Baixada Fluminense.

“Ele é considerado um dos líderes do tráfico da comunidade do Castelar. Foi um trabalho de inteligência do serviço reservado que culminou na prisão. Ele estava assistindo ao jogo e, no momento, só tinha ele”, afirmou o tenente Raphael Dias, porta-voz da Polícia Militar.

Em setembro, numa ação conjunta com a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Militar prendeu, também no Maracanã, quatro integrantes de uma quadrilha de Santa Catarina associada ao Comando Vermelho.

O líder do bando, Gabriel Schreder, estava com uma identidade falsa e três mandados de prisão em aberto. Os outros três presos estavam escondidos na Rocinha, na Zona Sul do Rio, mas continuavam frequentando estádios de futebol mesmo foragidos da justiça.

*Sob supervisão de Natashi Franco