Força Nacional vai atuar no entorno da Maré; governo promete operações diárias

Estratégias de combate ao crime organizado no conjunto de favelas foram definidas em reunião no Palácio Guanabara.

Ádison Ramos, Amanda Oliveira e *Beatriz Pereira

Um programa nacional para combater organizações criminosas será lançado na segunda-feira (2) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Segundo o secretário-executivo da pasta, Ricardo Cappelli, o objetivo é fortalecer a presença das forças de segurança em portos, aeroportos e fronteiras de todo o País.

O anúncio foi feita após a reunião entre os governos federal e estadual do Rio, nessa sexta-feira (29), no Palácio Guanabara. Foram definidas estratégias para a segurança pública no Rio, após casos recentes envolvendo facções criminosas, como o treinamento de traficantes na Maré e o ataque com granada a um ônibus.

Agentes da Força Nacional que serão enviados ao estado vão atuar no entorno da Maré, na Zona Norte. O governador negou uma ocupação permanente no conjunto de favelas, mas afirmou que a Polícia Militar vai realizar operações diárias com apoio das forças federais.  

Participam do planejamento as Polícias Militar e Civil do Rio, além das Polícias Federal e Rodoviária Federal, o Exército e a Marinha.

“É importante quando o governo federal entende que ele tem que colaborar. Até porque o Rio não produz armas, o Rio não produz drogas, então isso entra pelas fronteiras”, afirmou Cláudio Castro.

O governador também informou que um comitê permanente e integrado está sendo criado para que as polícias possam trocar informações e tomar decisões. O objetivo principal é prender os chefes das facções.

“Nós iremos prender os líderes. Nós temos que prender as cabeças para desarticular. E se estiverem saindo dali indo para outros locais serem presos”, disse.

A atuação conjunta deve ser levada também para outras áreas do estado. No entanto, as regiões ainda não foram reveladas.

O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, disse que as tropas federais vão participar de ações específicas, priorizando sempre a população.

“Não haverá ocupação e as incursões serão feitas pontualmente a partir de informações de inteligência, com forças especializadas. A Força Nacional vai cumprir um papel de retaguarda, de apoio ao governo”, afirmou.