Funcionárias são denunciadas pela morte de menina engasgada em Petrópolis

Professoras e diretora da creche foram acusadas de homicídio culposo

Giovana Kebian*

Maria Thereza Vitorino Ribeiro, de um ano Reprodução/TV Band Rio
Maria Thereza Vitorino Ribeiro, de um ano
Reprodução/TV Band Rio

O Ministério Público do Rio denunciou, nesta quinta-feira (13), as professoras Letícia dos Santos Valva e Valeria de Souza Santos Vicente além de Luciana Zillig Silva, diretora da instituição onde uma menina de um ano morreu, após engasgar com uma maçã. Elas são acusadas de homicídio culposo, isto é, quando não há a intenção de matar. O caso aconteceu em uma creche municipal no bairro Cascatinha, em Petrópolis, na Região Serrana, em maio deste ano.

De acordo com a denúncia, as funcionárias agiram de forma negligente ao deixar de levar Maria Thereza Vitorino Ribeiro a uma Unidade de Pronto Atendimento, depois das tentativas de desengasgo falharem.

“Ainda que verificando que a criança não reagia e perdia os sinais vitais, mantiveram a criança na escola, sem conduzi-la à UPA de Cascatinha, que fica a 1.3 KM e, assim, a 3 minutos da creche”, relata o documento da promotoria.  Ainda segundo o Ministério Público, a menina recebeu um quarto de maçã, pedaço considerado grande demais para uma criança de apenas um ano, de acordo com o Manual de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.

O pai de Maria Thereza, Carlos Eduardo Ribeiro acredita que a medida foi demorada.

“Só está nesse descaso por ser filha de dois negros, trabalhadores...Se acontecesse isso em Ipiranga ou Itaipava, já teria gente presa, creche fechada, e por aí vai”, opinou sobre a denúncia.

Em julho deste ano, um inquérito da Polícia Civil já havia concluído que a morte de Maria Thereza foi causada por negligência. Os investigadores afirmaram que as funcionárias não tinham preparo técnico para lidar com a situação e agiram em desacordo com as políticas de saúde.  Além das professoras e da diretora, a médica responsável por atestar o óbito da criança também foi indiciada por prevaricação. A profissional da saúde não tinha autorização para emitir o documento, visto que a menina morreu por causas externas ao engasgo. A Polícia precisou efetuar a exumação do corpo depois de um dia do enterro.

A reportagem tenta contato com as denunciadas.

*Estagiária sob supervisão de Natashi Franco