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Golpe do Consignado: Quadrilha é presa em São Gonçalo

Os criminosos ligavam fingindo que eram de um banco e pegavam os dados pessoais das vítimas.

Felipe de Moura*

Houve um farto material apreendido Reprodução
Houve um farto material apreendido
Reprodução

Uma quadrilha acusada de aplicar o golpe do empréstimo consignado foi presa em um shopping em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, na noite desta terça-feira (4) pela Polícia Civil. Além do estado do Rio, a quadrilha fazia vítimas em outros estados, como Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

Os 14 criminosos foram levados para a 75ª DP em um ônibus, mas pagaram fiança de R$ 2 mil cada e foram liberados. Eles fingiam ser de um banco e informavam que havia um suposto empréstimo consignado no nome da pessoa. Em seguida, questionavam se a vítima tinha o interesse em cancelar o suposto empréstimo. Ela, então, fornecia foto, documento e até assinatura.

Com esses dados em mãos, os criminosos faziam, de fato, um empréstimo. Na sequência, a pessoa era orientada a devolver o valor que caísse na conta dela por meio de pagamento de um boleto. Porém, esse dinheiro ia direto para a conta de um laranja.

Os bandidos eram operadores de um ‘call center’ criminoso e atuavam em quatro salas, sem identificação num shopping, onde eles faziam as ligações para as vítimas, que eram, em grande maioria, aposentados e militares.

“Não sabia ao certo o que era. Sabia que era um call center, algo de telemarketing. Eles entravam (nas salas), saíam para almoçar e 18:00 ia todo mundo embora. Não via ninguém de fora entrar e a porta estava sempre fechada. Era um golpe, mas não adianta que uma hora seria descoberto”, disse uma mulher que trabalha no shopping. Ela não quis se identificar.

Os criminosos tinham um roteiro de perguntas para fazer às vítimas. Veja:

Apreendidos no local, 40 computadores ainda vão passar por perícia. A Polícia busca por vítimas da quadrilha para prestar depoimento e tenta identificar outros possíveis criminosos envolvidos no esquema.

“Houve farta apreensão de materiais contendo anotações de documentos dos clientes. Isso vai possibilitar com que a gente possa identificar as vítimas e também os locais de prejuízo que essa quadrilha causou. Vários chips de celulares também foram apreendidos”, comentou Jorge Maranhão, delegado da 75ª DP, que investiga o caso.

*Sob supervisão de Natashi Franco