Greve na enfermagem: profissionais acampam em frente a Prefeitura do Rio

A principal reivindicação dos enfermeiros é pela aplicação do piso salarial.

*Ana Clara Prevedello e Bruna Carvalho.

Enfermeiros, auxiliares e técnicos da enfermagem da rede pública e privada do estado do Rio de Janeiro se reuniram hoje (29) em frente ao Hospital Federal dos Servidores, em um ato que marcou o início da greve na enfermagem. A paralisação deve durar 48 horas.

Os profissionais caminharam até o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, e depois se deslocaram para o prédio administrativo da Prefeitura do Rio.

A principal reivindicação dos profissionais é pela aplicação do piso salarial. Eles já marcaram uma assembleia amanhã (30), para decidir se a paralisação será estendida.

Os servidores também pedem pelo fim das privatizações de hospitais no Rio, pela jornada de trabalho de 30 horas e pela criação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários.

“Nós merecemos valorização. Somos nós que estamos 24 horas na beira dos leitos, ou nas clínicas das famílias, nos postos de saúde, cuidando e zelando pela saúde da população”, lamenta Líbia Bellusci, diretora do Sindicato de Enfermagem do Rio de Janeiro.

Segundo o sindicato, na rede municipal, 20% dos profissionais aderiram ao movimento após uma liminar da prefeitura. Na rede federal, a adesão chega a 70%.

No ano passado, o piso salarial da enfermagem foi aprovado pelo Congresso Nacional, mas os profissionais ainda não receberam o valor na conta. Miriam Lopes, presidente do Sindicato de Auxiliar de Enfermagem, fala sobre a dificuldade que os servidores passam por conta do atraso.

“O dia a dia dos profissionais tem sido precário. Suas geladeiras estão vazias, eles deixam de pagar seus compromissos: luz, água, telefone, escola para as crianças, alimentação dos filhos, dos netos”.

Alguns profissionais decidiram acampar em frente à sede administrativa da prefeitura.

O grupo, que caminhou durante toda a tarde pela Av. Presidente Vargas, já havia combinado de passar a noite no local. Eles vão aguardar até o momento da assembleia que acontece amanhã (30), em frente ao Hospital Municipal Souza Aguiar.

*Sob supervisão de Christiano Pinho.