Helicóptero que caiu na Lagoa começa a ser retirado

A operação preocupa ambientalistas pelo risco de vazamento de combustível

Felipe de Moura*

O helicóptero está sendo retirado da Lagoa. TV Band/ Alexandre Fraga
O helicóptero está sendo retirado da Lagoa.
TV Band/ Alexandre Fraga

O helicóptero que caiu nesse sábado (22) na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio, começou a ser retirado na manhã desta segunda-feira (24) por uma equipe da empresa responsável pela aeronave.

O processo começou por volta das 12h e é uma ação delicada por conta da questão ambiental, já que existe o risco de vazamento de combustível na água. Segundo o biólogo Mário Moscatelli, a biodiversidade do local pode ser “diretamente impactada”.

“A gente fica preocupado no sentido de um possível vazamento desse combustível, desse óleo, que vá se espalhar pela Lagoa Rodrigo de Freitas, onde, há 33 anos, a gente faz um esforço muito grande para o incremento da biodiversidade, que será diretamente impactada com esse vazamento. É um produto químico que não pode estar sendo misturado com a água onde você tem uma variedade de animais que se alimentam, que vivem e que bebem dessa água. A angústia que me gera é que nós temos o problema, temos as medidas, temos os protocolos e não está sendo tomada nenhuma medida”, comentou o biólogo.

A Lagoa, que abriga uma rica biodiversidade, vem passando por um processo de recuperação ambiental por causa da poluição. Segundo o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), as medidas de prevenção em caso de acidentes como esse devem ser adotadas pela empresa responsável pelo helicóptero.

O órgão afirma ainda que equipes do Inea estiveram no local no domingo (23) e não identificaram sinal de resíduos oleosos. Porém, nessa segunda-feira, durante a operação, a equipe da TV Band encontrou manchas e cheiro forte de produto químico.

"A gente vai monitorar a lagoa nos próximos dias para ver se houve vazamento de óleo, combustível, observando sempre se houve alguma alteração na fauna existente, alguma mortandade de peixes acima do normal. Caso isso se comprove, a gente vai multar as empresas por crime ambiental", disse Flávio Valle, subprefeito da Zona Sul.

RELEMBRE O CASO

O helicóptero caiu na Lagoa Rodrigo de Freitas na tarde deste sábado (22), por volta das 14h28. Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas para o local. Cinco pessoas foram resgatadas. Uma delas precisou de atendimento médico e foi levada para o Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea, na Zona Sul do Rio. Todos ficaram sem ferimentos graves.

Pessoas que passavam pelo local afirmam que a aeronave caiu girando em "parafuso". Outras pessoas em motos aquáticas que davam apoio a uma regata na Lagoa ajudaram no resgate. De acordo com a subprefeitura da Zona Sul, o helicóptero teria colidido com um pássaro durante um voo panorâmico próximo ao Cristo Redentor. A aeronave teria saído do Aeroporto de Jacarepaguá, na Zona Oeste.

Duas mulheres e três homens estavam a bordo. Entre as vítimas estão o piloto e os turistas de São Caetano do Sul Matheus Memesso, Marcos Momesso, Andreia Momesso e Mirela Pesolatoum - todos da mesma família.

Os turistas teriam relatado para a subprefeitura que o piloto não informou quando ocorreu o problema e o helicóptero começou a cair. Andreia Momesso falou que sentiu dificuldade para tirar, inclusive, o cinto de segurança depois da queda. Ela contou ainda que a água chegou a entrar na aeronave. O marido e o filho dela disseram que sentiram algumas dores e vão passar por análise médica.

*Sob supervisão de Natashi Franco