O advogado Rodrigo Barcellos, investigado por forjar o próprio sequestro para tentar recuperar R$ 13 mil, vai responder por falsa comunicação de crime e estelionato.
Ele relatou aos agentes da Delegacia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, que foi feito refém por dois criminosos em um shopping na Av. das Américas.
Rodrigo contou que foi obrigado a entrar no estacionamento do local, sob ameaça de morte, e que os bandidos teriam roubado diversos itens dele.
Ele ainda afirmou à polícia que teve que entregar seu cartão e senha para um dos homens, que teria feito compras em diferentes lojas do estabelecimento, enquanto ele era mantido refém no seu veículo. O valor das mercadorias compradas ultrapassou o valor de R$ 13 mil, em uma ação que teria durado mais de seis horas.
Segundo o delegado Ângelo Lages, o comportamento de Rodrigo chamou a atenção.
“Já no primeiro relato a gente teve uma suspeita, por quê? A gente pediu uma perícia datiloscópica, já que o criminoso ficou seis horas no interior do carro dele, então, provavelmente, haveriam ali várias impressões digitais desse criminoso. Mas a vítima, o Rodrigo Barcellos, se recusou a fazer esse tipo de perícia, alegando que já tinha ficado seis horas em poder dos criminosos, que queria ir para casa. (...) Isso já, no começo, levantou uma suspeita para a gente”, explica.
O caso aconteceu no fim do mês passado. Os policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa do advogado hoje (30), em um condomínio na Barra da Tijuca. Durante as buscas, todos os itens comprados foram encontrados, além dos documentos que ele afirmou à polícia que teriam sido roubados pelos criminosos.
A Polícia Civil descobriu, após conseguir as imagens de câmeras de segurança do shopping, que o próprio Rodrigo fez as compras em diversas lojas de grife do local. Ele teria inventado o sequestro para não pagar os produtos.
Na delegacia, ele confessou o crime. Ainda segundo o delegado Ângelo Lages, se condenado, ele pode pegar uma pena de até seis anos de prisão.
A BandRio não conseguiu contato com a defesa do advogado.
*Sob supervisão de Christiano Pinho
