O engenheiro Paulo José Arronenzi, acusado de assassinar a facadas a ex-mulher, a juíza Viviane Vieira do Amaral, na frente das três filhas do casal foi condenado a 45 anos de prisão. O julgamento teve início na tarde de quinta-feira (10), no 3º Tribunal do Júri do Rio, mas só foi concluído na madrugada de hoje (11).
Paulo foi condenado por homicídio quintuplamente qualificado por feminicídio, com motivo torpe, pelo fato do crime ter sido praticado na presença de três crianças, por não haver oportunidade de defesa da vítima e pelo uso de crueldade.
O caso ocorreu na véspera do Natal de 2020, na frente das três filhas, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Na ocasião, Viviane levava as crianças para passarem a data com o pai. Uma das filhas, que, na época, tinha apenas 9 anos, viu toda a cena de terror e ligou para a avó, mãe de Viviane. Ela ficou sabendo pela criança que a filha estava morta.
“Me ligou do telefoninho dela e disse: ‘Vovó, Vovó, o papai furou a mamãe toda’. E eu não estava entendendo como essa palavra ‘furou’ tinha entrado na minha orelha. E ela repetiu: ‘o papai furou a mamãe toda e ela tá caída no chão. Tem muito sangue, você não tá entendendo”, contou Sara Vieira do Amaral, mãe da vítima, em depoimento.
A vida das três crianças que presenciaram o crime mudou bruscamente. Atualmente, elas vivem com a avó materna.
“Elas perderam a mãe, perderam o pai, perderam a residência, os amigos, o colégio, se viram de repente em outra cidade, e embora me amem, eu era a vovó docinho, agora eu sou a vovó que educa”, contou Sara.
RELEMBRE O CASO
A juíza Viviane Vieira do Amaral tinha ido deixar as filhas, as gêmeas, de 7, e a mais velha, de 9 anos, para passar a véspera do Natal com o pai, o engenheiro Paulo José Arronenzi, que a surpreendeu quando ela descia do carro, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
A vítima levou facadas no corpo e no rosto, na frente das crianças. Paulo foi preso em flagrante e três facas foram encontradas com ele. A magistrada morreu no local. Meses antes, Viviane acusou o ex-marido de ameaças e agressão, e ganhou direito à escolta policial, mas decidiu abrir mão da medida protetiva.
Viviane e Paulo foram casados por 11 anos e o engenheiro, que passava por dificuldades financeiras, não aceitava o fim do relacionamento.
*Sob supervisão de Natashi Franco